“…O comportamento violento não é a única ferramenta para manter a dominação dos homens sobre as mulheres no Brasil. A partir dos resultados encontrados nos artigos analisados, é possível observar uma caracterização de elementos estruturantes das masculinidades hegemônicas locais envolvidas com as situações de violências de gênero, sendo elas: reafirmação da virilidade (BRASILIENSE;ANSEL, 2016;NASCI-MENTO et al, 2011;PASSOS et al, 2014;SILVA et al, 2020); busca por aceitação entre outros homens do círculo de convivência (PASSOS et al, 2014); vulnerabilidade dos homens às violências agravadas através das suas socializações, nas quais a posição de dominador institui a violência como atributo da natureza do "ser homem", que, por sua vez, reforça uma dinâmica macrossocial de dominação dos homens sobre as mulheres, configurando uma relação assimétrica de poder e privilégios (ALVES et al, 2012;BRANCAGLIONI;FONSECA, 2016;BRASCO;DE ANTONI, 2020;CECCHETTO et al, 2016;NÓBREGA et al, 2019;PAIXÃO et al, 2018b;PIMENTEL, 2011;SCHRAIBER et al, 2012;SILVA, et al, 2020); negação de qualquer tipo de sensibilidade que coloque o homem em um espaço que possa parecer feminino (BRASILIENSE; ANSEL, 2016); e minimização da figura da mulher à ideia de passividade, submissão e vitimização (NÓBREGA et al, 2019).…”