RESUMOO objetivo deste artigo é transitar por parte da história da saúde pública no Brasil, com ênfase nas ações sobre o território, especialmente no que tange à relação ambiente/saúde. Procuramos investigar, de forma resumida, como se deram as várias transformações ocasionadas pelos trabalhos de campo realizados pelo setor de vigilância em saúde e controle de endemias, em um recorte temporal que basicamente se estendeu por todo o século XX até os dias atuais. Para construção do texto, realizou-se uma revisão de literatura e uma análise documental, a partir dos manuais e instruções normativas que orientam as ações de campo na saúde. Para discutir os resultados, o artigo está dividido em três partes. Num primeiro momento, realizamos um breve histórico dos trabalhos de campo desenvolvidos pela vigilância em saúde e controle de endemias, evidenciando que embora os riscos e doenças fossem diferentes, as metodologias de trabalho de campo permaneceram muito semelhantes ao longo do tempo. Numa segunda etapa, discutimos a formação e atuação dos agentes de controle de endemias, por acreditar que o processo formativo que vigorou ao longo do século XX exerce, até hoje, forte influência nas ações de vigilância. Por fim, debatemos os manuais de treinamento e orientações para o trabalho de campo, a fim de evidenciar possíveis heranças e rupturas ao longo do tempo nas ações vivenciadas no território.Palavras-chaves: controle de endemias. trabalho de campo. Território. vigilância em saúde ambiental.
ABSTRACTThe aim of this paper is to go through the history of public health in Brazil, with emphasis on the actions over the territory, especially regarding the control of endemics in Brazil. We sought to investigate how the many transformations caused by the fieldwork carried out by the health sector occurred, in a period of time extended throughout the 20th century to nowadays. For the construction of the text, it was done a review of literature and a documentary analysis of manuals and normative instructions that guide field actions for the control of endemics. To discuss the results, the article is divided into three parts. First we have a brief history of the fieldwork developed by the health sector, showing that although the risks and diseases were different the fieldwork methodologies remained very similar throughout the time. Second we discussed the qualification and performance of endemics control agents, due to believing that the training process that was in force throughout the 20th century exerts, even today, a strong influence on surveillance actions. Finally we discussed the training manuals and guidelines for the fieldwork in order to identify possible inheritances and ruptures over the time in the actions experienced over the territory.