Intervenções cognitivo-comportamentais em pacientes com HIV/aids: revisão da literatura

Abstract

Este estudo objetivou identificar e analisar publicações científicas sobre intervenções cognitivo-comportamentais em pacientes com HIV/aids. Procedeu-se a um levantamento da literatura nas bases de dados PubMed, SciELO e PePSIC. As combinações de unitermos para a busca dos artigos foram: cognitive-behavioral intervention and AIDS; cognitive-behavioral intervention and HIV; intervenção cognitivo-comportamental and AIDS; intervenção cognitivo-comportamental and HIV. Os critérios de inclusão foram: estudos empíricos de intervenções cognitivo- comportamentais; amostra composta por pacientes HIV positivos; artigos publicados entre 2008 e 2012. Foram selecionados 15 artigos, quatorze deles publicados em língua inglesa. Constatou-se que, em geral, os resultados relatados evidenciaram que as intervenções foram eficazes para propiciar melhora em variáveis emocionais e comportamentais. Conclui-se que a abordagem cognitivo-comportamental constitui-se em estratégia de orientação teórica e metodológica de intervenção que pode contribuir para um enfrentamento adaptativo às múltiplas demandas de ajustamento, decorrentes da convivência com uma doença ainda estigmatizada e crônica como a aids.

Qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/aids: efeitos da percepção da doença e de estratégias de enfrentamento

“…The study also has practical implications: a potential way of improving the QOL perception of seropositive individuals is that of reinforcing psychological resources like the coping strategies highlighted herein. This demands investments in interdisciplinary teams including psychologists, in order to change dysfunctional cognitions about the disease and/or promote the adoption of strategies that could reduce its negative effect, notably based on cognitive-behavioral interventions, that have been proved effective (Brito & Seidl, 2015).…”

Efeitos de intervenção cognitivo-comportamental sobe a percepção de doença de pessoas que vivem com HIV/AIDS

“…Além da aplicação em acompanhamentos tradicionalmente individuais, a TCC tem sido empregada no atendimento de casais, famílias e no formato de grupo. Ademais, suas técnicas podem ser usadas pontualmente, fora do ambiente psicoterapêutico, em vários contextos, incluindo a prática em saúde (J. S. Beck, 2011Beck, , 2013, sendo uma abordagem aplicável à população com HIV/aids (Brito & Seidl, 2015;Crepaz, Passin, Herbst, Sima, & Malow, 2008;Faustino & Seidl, 2010;Petersen, Koller, Vasconsellos, & Teixeira, 2008).…”

“…Assim, independentemente da demanda, intervenções cognitivo-comportamentais podem ser de grande utilidade na construção de cognições mais adaptativas, auxiliando pessoas soropositivas a lidar de forma mais funcional com a doença e o tratamento. Estudos demonstraram que a abordagem cognitivo-comportamental acarreta um impacto positivo em variáveis psicológicas de pessoas com HIV/aids, incluindo percepção de controle, manejo do estresse, otimismo, autoeficácia, habilidades de enfrentamento, crenças de saúde e atitudes relacionadas à doença, como adesão ao tratamento (Brito & Seidl, 2015;Crepaz et al, 2008;Faustino & Seidl, 2010;Petersen et al, 2008;Straub, 2014).…”

“…Entende-se que a pouca preocupação, a irresponsabilidade, o uso excessivo de bebidas alcoólicas (que pode levar a impulsividade e sensação de invulnerabilidade), a imaturidade, o excesso de confiança no parceiro estão associadas à ausência de comportamentos sexuais preventivos, justificando a vulnerabilidade à infecção pelo HIV (Garcia & Souza, 2010;Galato & Correia, 2011;Ministério da Saúde, 2006 (Brito & Seidl, 2015;Seidl & Faustino, 2014;Weiss et al, 2011). (Campos & Thomason, 2007;Christo & Paula, 2008;Ferris et al, 2015;Herrmann et al, 2013;Ministério da Saúde, 2012;Souza, 2008), podendo ser manejados por meio da TCC como constatado nessa pesquisa e em outras investigações (Chibanda, Cowan, Healy, Abas, & Lund, 2015;Brito & Seidl, 2015;Hemmati Sabet et al, 2013;Himelhoch et al, 2013;Kennard et al, 2014;Simoni et al, 2013). (Berger et al, 2008;Brito & Seidl, 2015;Faustino & Seidl, 2010;Jones et al, 2010;Kraaj et al, 2009;Papas et al, 2011;Safren et al, 2009;Weiss et al, 2011).…”

“…(Campos & Thomason, 2007;Christo & Paula, 2008;Ferris et al, 2015;Herrmann et al, 2013;Ministério da Saúde, 2012;Souza, 2008), podendo ser manejados por meio da TCC como constatado nessa pesquisa e em outras investigações (Chibanda, Cowan, Healy, Abas, & Lund, 2015;Brito & Seidl, 2015;Hemmati Sabet et al, 2013;Himelhoch et al, 2013;Kennard et al, 2014;Simoni et al, 2013). (Berger et al, 2008;Brito & Seidl, 2015;Faustino & Seidl, 2010;Jones et al, 2010;Kraaj et al, 2009;Papas et al, 2011;Safren et al, 2009;Weiss et al, 2011). No entanto, não foram encontrados estudos sobre os efeitos da TCC sobre a percepção de doença de PVHA.…”