Intervenções Não Farmacológicas De Redução Da Dor Em Uso Na Vacinação De Lactentes Non-Pharmacological Pain Relief Interventions Used in Infant Vaccination

Abstract

Antecedentes: A administração de vacinas injetáveis é a causa mais comum de dor iatrogénica na infância (Shah et al., 2009). O tratamento da dor na imunização reduz o desconforto e melhora a satisfação da criança/família (Taddio et al., 2009). A amamentação é uma intervenção não farmacológica eficaz na prevenção da dor de crianças vacinadas (Tansky & Lindberg, 2010). Objetivos: Conhecer as intervenções não farmacológicas de redução da dor utilizadas pelos enfermeiros na vacinação de lactentes e identificar se, quando vacinam crianças amamentadas, utilizam a amamentação como intervenção sensorial e cognitivo-comportamental de redução da dor. Participantes e Métodos: Estudo descritivo/exploratório segundo a metodologia qualitativa junto de 17 Enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários a frequentar Cursos de Pós Licenciatura/Mestrados numa Escola Superior de Enfermagem. Colheram-se dados por entrevista semiestruturada, deMaio/Junho/2012 após aprovação da Comissão de Ética. A amostra, de 12 participantes, foi intencional. Os critérios de inclusão assentaram em serem enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários e que vacinassem lactentes. No tratamento da informação recorreu-se à análise de conteúdo de Laurence Bardin (Bardin, 2008). Resultados: Diferentes estratégias não farmacológicas de alívio da dor durante a vacinação, isoladas ou em conjunto, são utilizadas. Das estratégias não farmacológicas utilizadas emergiram duas categorias: medidas de conforto e aspetos técnicos. Quando os enfermeiros vacinam crianças amamentadas, a amamentação durante a vacinação acontece se solicitada pelas mães. Houve enfermeiros que a utilizam antes ou após a vacinação mas interrompem na vacinação. Alguns enfermeiros não a adotam por receio de engasgamento ou outras consequências e desconhecem serviços onde utilizem. Conclusões: Os enfermeiros estão despertos para a utilização de estratégias não farmacológicas de redução da dor na vacinação. Porém, nas crianças amamentadas na generalidade, não utilizam a amamentação. Há necessidade de formação sobre amamentação face à eficácia na diminuição da dor durante a vacinação.

Associação Neurofisiologica Da Amamentação E Do Leite Materno Sobre O Alívio Da Dor Aguda Neonatal Durante a Vacinação: Uma Revisão Integrativa.

“…Com o desenvolvimento de escalas de dor comportamentais que têm a capacidade de detectar as respostas dos RN, como o choro e as expressões faciais, cada dia mais vem sendo discutidas estratégias para minimizar as dores sentidas nos inúmeros procedimentos a qual eles têm que ser submetidos, em prol de evitar o aparecimento de consequências psicológicas, fisiológicas e cognitivas. Estudos atuais nos mostram que essa dor permanece na memória dessas crianças influenciando sua proximidade com o sistema de saúde no futuro, mas também nos apontam que pela frequência da amamentação ser muito maior do que a da vacinação, tende a quase zero a probabilidade da criança associar a amamentação com um cenário doloroso (GALVÃO et al, 2015;ROSA et al, 2022). Com isso, um estudo randomizado percebeu a relação do odor e do sabor do leite materno na ativação neural, estimulando uma redução dos níveis de cortisol e uma atividade analgésica no momento da vacina.…”

“…É pensando em uma maneira mais humanizada de vacinação, com menor desconforto físico, emocional para as crianças e, em todos esses processos que dificultam o procedimento gerando traumas, que estudos vêm sendo desenvolvidos em busca de terapias não farmacológicas que possam auxiliar no alívio da dor durante a vacinação. O leite materno se mostra uma boa alternativa, uma vez que ele possui substâncias -como o neurotransmissor endorfina -que podem auxiliar no processo de analgesia, tem um baixo custo, além de trazer o contato pele a pele, que por si só já é um método de analgesia estudado por trazer um maior conforto e fortalecer o vínculo do binômio mãe-bebê (GALVÃO et al, 2015).…”

“…A pega adequada, que pode durar um minuto, deve estar garantida antes de iniciar. Estudos comprovam que crianças que são amamentadas durante esse procedimento apresentam menor score em escalas de avaliação de dor (GALVÃO et al, 2015;CHORA E ALVES, 2018;DE MOURA et al, 2021). Dessa maneira, nesta revisão integrativa avaliamos a influência neurofisiológica da amamentação e do leite materno na dor neonatal aguda durante a vacinação, propiciando uma redução do estresse como fator restritivo do desenvolvimento neuropsicomotor.…”

Redução da dor e ansiedade na vacinação: Revisão integrativa da literatura

“…Os pais devem ser orientados sobre como administrar sua ansiedade durante experiências dolorosas dos filhos. Por exemplo, controlar a ansiedade utilizando intervenções como (respiração profunda e métodos que permitem o relaxamento), pode ajudar na diminuição do estresse parental e consecutivamente das crianças (Galvão, Pedroso & Ramalho, 2015). Uma boa experiência durante a vacinação terá potencial para reduzir experiências negativas, diminuindo hesitações vacinais e, consequentemente, diminuindo a incidência de doenças evitáveis por vacinas (Mendes-Neto & Santos, 2020;Taddio, McMurthy, Shah, Riddell, Chambers, Noel, et al, 2015).…”