Jovens Ativistas Das Periferias: Experiências E Aspirações Sobre O Mundo Do Trabalho

Abstract

O artigo evidencia como experiências de trabalho, formação e ação coletiva afetam as percepções e aspirações de jovens ativistas sobre o trabalho. Baseia-se em pesquisa qualitativa realizada com participantes de coletivos juvenis de quatro regiões metropolitanas do Brasil. Ainda que o trabalho não figure como eixo central de suas experiências de ação coletiva, está presente em seu universo de preocupações e demandas. Suas vivências possibilitam a crítica das ocupações disponíveis para as jovens gerações e a busca por percursos profissionais aliados à transformação da realidade em que vivem.

Considerações Sobre Trabalho E Baixo Fluxo Em Uma Escola Pública Do Interior De São Paulo

“…Em outra perspectiva, Corrochano et al (2019), ao pesquisar as alterações nos sentidos do mundo do trabalho a partir das experiências de escolarização e trabalho e a participação dos jovens em práticas coletivas para "enfrentar discriminações e dificuldades econômicas e sociais" (p. 168), identificou que o enfrentamento ocorre a partir das suas experiências de trabalho, da maior escolarização e da militância. Por fim, afirma que as possibilidades de superação ocorrem quando há maior escolaridade e engajamento coletivo na busca de um trabalho satisfatório.…”

Trabalho Infantil

“…A maior parte da população jovem no Brasil precisar buscar uma forma de ingressar no mercado de trabalho, para Corrochano, Souza, Abramo (2019) várias são as razões da busca por essa inserção à vida laboral, desde a necessidade de apoio à família, passando pela busca por independência e autonomia, a obtenção de renda para estudo e lazer e a conquista de prestígio no âmbito familiar, porém, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), uma das principais causas dessa inserção precoce ao mundo do trabalho é a realidade socioeconômica em que essas crianças e adolescentes estão inseridos (IBGE, 2020), ainda de acordo com o IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em 12 de agosto de 2022, no Brasil, a população em idade de trabalhar representa 80,9% da população total, deste percentual, 7,0% tem entre 14 e 17 anos de idade, no entanto, esse grupo etário, no 2º trimestre de 2022, representa 7,7% das pessoas desocupadas do país e apenas 1,6% estão ocupados.…”

Insurgência da crítica e a crítica da insurgência: resistência,autonomia e desafios pós-ocupações secundaristas

“…Se percibe en medio de un combate en el cual se ve obligado a estar siempre vigilante y al acecho, compelido a ser un actor en el sentido más fuerte del término. Além da fecundidade da perspectiva que considera a singularidade nos estudos sobre juventude e engajamento político, pesquisas sobre jovens têm demonstrado sua pertinência para compreender os desafios que eles enfrentam nos seus percursos de escolarização, trabalho, transição para vida adulta entre outros (Tarábola, 2016;Silva, 2018;Santos, 2018;Pinheiro, Di Leo;Varela, 2023;Tarábola, 2023). Os estudos citados, baseiam-se na sociologia do indivíduo de Danilo Martuccelli e mobilizam algumas noções do autor que auxiliaram na compreensão dos relatos dos jovens entrevistados nesta pesquisa, em especial a de provas e de suportes.…”

“…sobre os desafios vividos por jovens e nos processos de transição para a vida adulta (Tarábola, 2016;Silva, 2018, Santos, 2019Pinheiro, Di Leo;Varela, 2023;Tarábola, 2023).…”