Resumo: As motivações que nos animam a entender os processos pelos quais os jovens estão organizados no campo e as várias formas de disputar e resistir contra os avanços do agronegócio nos impulsionam também, a entender as razões pelas quais muitos destes jovens tendem a sair do campo. A realidade em que estes jovens estão inseridos coloca para eles grandes desafios, onde, diversos elementos presentes nas comunidades influenciam na permanência ou não destes jovens no campo. Buscamos traçar alguns caminhos como a organização sociterritorial e a produção social e cultural que diretamente influenciam na construção da identidade dos jovens. Entendemos ainda que a juventude seja responsável pela continuação das lutas e permanência dos camponeses nos territórios conquistados pelos trabalhadores, na perspectiva de construção e consolidação do modo de vida camponês. Palavras-chave: Juventude Camponesa. Campesinato. Assentamentos Rurais. Trabalho; Território.
Abstract:The motivations that encourage us to understand the processes by which young people are organized in the field and the various forms of dispute and resist the advances of agribusiness drive us also to understand the reasons why many of these young people tend to leave the field. The fact that these young people are inserted places for them great challenges , where various elements present in the communities influence the presence or not of these young people in the field. We seek to draw some ways as sociterritorial organization and the social and cultural production that directly influence the construction of the identity of young people. We also believe that youth is responsible for continuing the struggles of peasants and residence in the territories conquered by the workers, for purposes of construction and consolidation of the peasant way of life. Keywords: Youth Peasant. Peasantry. Rural Settlements. Work. Territory.
CONTRADIÇÕES SOCIO TERRITORIAS PRESENTE NO CAMPO BRASILEIROSegundo (VIVAS, 2014) podemos vislumbrar um cenário de que a vida rural está se apagando, sofrendo uma contínua perda de população, padecendo com o envelhecimento, onde 22,3% de seus habitantes são maiores de 65 anos, frente a 15,3% das zonas urbanas e uma acelerada masculinização, pois, as mulheres migram para as cidades frente à falta de oportunidades de trabalho em seus municípios e pelas "resistências sociais" devido à presença de papéis e estereótipos de gênero, que evitam que assumam trabalhos realizados tradicionalmente por homens, o relatório do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (2010-2014) do Ministério da Agricultura, mostra o número de mulheres com idade entre os 20 e os 50 anos que abandonaram campo brasileiro. Realidade presente na vida de quem vive no meio rural, onde a migração da juventude somada ao crescimento demográfico negativo configura a principal evidencia do esvaziamento populacional, realidade que contrasta com sensações que surgem nos últimos anos da inversão desta tendência, pois acredita-se que este