Nesta pesquisa, objetivamos identificar o fenômeno educativo expresso na luta dos sujeitos sócio-históricos do Acampamento Zé Maria do Tomé/Chapada do Apodi-Ceará, avaliando os diálogos que se constroem entre os saberes populares dos acampados e os grupos acadêmicos universitários na troca de conhecimentos que possibilitam um processo de conscientização e desvelamento de realidade. A metodologia consistiu em observação direta de experiências de educação não-formal nos movimentos sociais, no período compreendido entre 2014 e 2019. Para isto, desenvolvemos um estudo qualitativo, do tipo descritivo e explicativo a partir de pesquisa de campo, referenciado em Freire (2019), Brandão (2007) e Gohn (1995 e 2001). Refletimos sobre as lutas sócio-ambientais da Chapada do Apodi e sua implicação na formação da consciência crítica de acampados. Como resultados da pesquisa de campo, pudemos perceber princípios de organização social, luta e resistência, oriundos da conscientização política, permitindo concluir que estes sujeitos têm buscado formas de resistência e organização para superar as adversidades encontradas no cotidiano, na perspectiva de romper com o desenvolvimento contraditório do capital rural naquele território, articulando estas práticas sociais à construção de saberes junto aos grupos universitários.