A engenharia de requisitos, etapa inicial da construção de sistemas de informação, requer intenso intercâmbio de informação entre profissionais de tecnologias da informação e comunicação, e peritos no negócio. A teoria e a prática comum da engenharia de requisitos, no entanto, são tecnocêntricas e caracterizadas por dificuldade de comunicação. A literatura recente aborda a concepção de sistemas sociotecnológicos, cujas propriedades emergem por meio da colaboração dinâmica entre pessoas e agentes artificiais. Este artigo apresenta um modelo sistêmico sociotecnológico da engenharia de requisitos com base no modelo CESM de Mario Bunge, segundo o qual todo sistema concreto pode ser representado segundo seus componentes, ambiente, estrutura e mecanismo. Entre os componentes, estão os peritos no negócio, profissionais de TIC, agentes artificiais e os objetos da colaboração dinâmica -modelo de domínio e requisitos. O mecanismo é essencialmente um processo de comunicação, com intercâmbio de informações e compartilhamento de conhecimento. Essa descrição presta-se à compreensão sistêmica da engenharia de requisitos, visando à intervenção para aliviar os problemas comunicacionais do processo e promover a emergência de requisitos que representem as reais necessidades do sistema.
PALAVRAS-CHAVE:Sistemas de informação. Sistemas sociotecnológicos. Engenharia de requisitos. Compartilhamento do conhecimento. Visão sistêmica.
INTRODUÇÃOMcGee e Prusak (1994) afirmam que, na economia da informação, o diferencial competitivo das organizações está na sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz. Os sistemas de informação são auxiliares neste processo.Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.