Constatações e questões para os pesquisadores que não utilizam a língua inglesa Estamos assistindo há alguns anos, em vários países, a fortes debates referentes aos privilégios idiomáticos nas publicações das pesquisas no campo de Administração. Como esse tema de escolha da língua da publicação é muito importante, para não dizer essencial, na evolução do campo científico, trataremos, neste trabalho, do caso dos pesquisadores que não utilizam o inglês.Entre os pesquisadores de língua francesa, as discussões sobre o idioma de publicação em Administração são numerosas e vivas (Berry, 2004a(Berry, , 2004bChanlat 2014b;Hatchuel, 2004;Mangematin, 2004;Nerrière, 2003). Na verdade, esses debates não são uma particularidade apenas dos usuários de língua francesa. Podemos encontrá-los em vários campos linguísticos, especial- Como esse tema da escolha do idioma de publicação é realmente muito importante, para não dizer essencial, na evolução de nosso campo científico, abordaremos os principais envolvidos nesse artigo, ou seja: os pesquisadores não anglófonos. Nosso artigo terá como ponto de partida as principais constatações atuais, e prosseguiremos lembrando-nos de alguns elementos-chave que dizem respeito à ligação idioma e pensamento, e finalmente às principais questões das escolhas que são ou podem ser feitas no que diz respeito a idioma e publicação.Concluiremos esse propósito mostrando o interesse em guardar uma pluralidade linguística no âmbito da pesquisa em Administração.A posição aqui defendida identifica-se com a do linguista francês Claude Hagège (2012), que lembrava recentemente: "Eu não luto contra o inglês; eu luto pela diversidade. Um provérbio ar-
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