FR. L’article analyse la production des cadrages journalistiques du mouvement des Gilets jaunes, dans les premiers mois de celui-ci (novembre 2018-juin 2019). Analysant le travail des journalistes lors des manifestations qui ont eu lieu chaque samedi à Toulouse, il souligne que ces dernières ont été très souvent médiatisées sous l’angle des violences de certains manifestants contre des biens (vitrines de banques, matériel urbain, etc.), mais aussi contre les forces de l’ordre et parfois contre des journalistes. Ce cadrage invisibilise d’autres aspects structurants de ces mobilisations, telles que la violence sociale qui en est à l'origine, et la violence physique des forces de l’ordre contre les manifestants. L’hypothèse explicative défendue dans cet article est que les routines du travail journalistique (dépendance aux sources officielles, à la représentation politique, etc.) n’étaient pas ajustées aux propriétés spécifiques de ce mouvement : recrutement social parmi les franges de la population les moins médiatisées, refus de désigner des porte-paroles et de développer des stratégies d’accès aux médias, violence des manifestations qui complique le travail des journalistes. Il en découle un cadrage fait-diversier qui tend à dépolitiser la représentation du mouvement des Gilets jaunes, en réduisant les manifestations à des éruptions de violences arbitraires et gratuites. Cet article repose sur un travail d’enquête collectif mené depuis novembre 2018. Celui-ci combine des observations dans les manifestations toulousaines, des entretiens semi-directifs (journalistes locaux ou nationaux, « street-reporters » etc.) et une étude du corpus de presse écrite et audiovisuelle, mais aussi des réseaux socio-numériques des Gilets jaunes.
***
EN. This study looks at how journalists framed the first months of the Gilets jaunes (Yellow vests) demonstrations in Toulouse (November 2018 – June 2019). An analysis of the journalism covering the weekly Saturday protests shows a disproportionate depiction of violence by some protesters against property (bank windows, public property, etc.), police and sometimes journalists. This framing renders some structuring elements of the movement invisible, including root cause social violence and police brutality against protesters. The hypothesis proposed in this paper suggests that journalism protocol (reliance on official sources, political representation, etc.) did not take into account the unique features of the movement, which complicated the work of journalists: the participation of less-mediatized fringe population groups; demonstrators' refusal to appoint spokespersons and develop media access strategies; and the violence inherent in the protests. The result is an unbalanced framing that depoliticizes the Gilets jaunes movement by diminishing the demonstrations to eruptions of arbitrary and gratuitous violence. This paper is based on a collaborative study carried out since November 2018 that combines observations of the Toulouse demonstrations, semi-structured interviews (local and national journalists, “street-reporters,” etc.) and a study of the written and audiovisual journalism corpus and the social media networks of the Gilets jaunes.
***
PT. O artigo analisa a produção do enquadramento jornalístico do movimento dos coletes amarelos, nos primeiros meses desse (novembro de 2018 a junho de 2019). Analisando o trabalho dos jornalistas durante as manifestações que aconteciam todos os sábados em Toulouse, observa-se que estas eram muitas vezes divulgadas sob o ângulo da violência de certos manifestantes contra bens e patrimonios (bancos, equipamentos urbanos, etc.), mas também contra forças policiais e, às vezes, contra jornalistas. Esse enquadramento torna invisíveis outros aspectos estruturantes dessas mobilizações, como a violência social que está na origem delas e a violência física da polícia contra os manifestantes. A hipótese explicativa defendida neste artigo é que as rotinas do trabalho jornalístico (dependência de fontes oficiais, de representação política etc.) não se ajustavam às propriedades específicas desse movimento: recrutamento social entre os segmentos da população com menos acesso à informação, recusa em nomear porta-vozes e em desenvolver estratégias de acesso à mídia e violência das manifestações de modo a complicar o trabalho dos jornalistas. O resultado é um enquadramento que tende a despolitizar a representação do movimento dos coletes amarelos, ao reduzir as manifestações a erupções de violência arbitrária e gratuita. Este artigo baseia-se em um trabalho de levantamento coletivo realizado desde novembro de 2018. Combina observações de manifestações em Toulouse, entrevistas semiestruturadas (com jornalistas locais ou nacionais, “repórteres de rua”, etc.) e um estudo do corpus da imprensa escrita e audiovisual, assim como de redes sócio-digitais dos coletes amarelos.
***