Resumo Este artigo problematiza o ensino de Língua Portuguesa na Educação de Jovens e Adultos por meio do cinema produzido e falado em português brasileiro. Utilizamos de pesquisa documental e histórica para, inicialmente, analisar a construção da língua brasileira, a proposta curricular do Estado de São Paulo e o projeto "O Cinema Vai à Escola" para, posteriormente, desestabilizar o encontro entre variedades linguísticas de maior prestígio-língua escolar, escrita, oficial, padrão-e de menor prestígio-língua falada, cotidiana, coloquial, não padrão-pelo e no audiovisual, a fim de observar olhares e falares sobre o português brasileiro, problematizando suas diferenças e preconceitos. Palavras-chave: Educação de jovens e adultos; Cinema; Língua portuguesa; Subjetividade. The portuguese language for brazilian cinema: a proposal for action in education of portuguese language in youth and adult education Abstract This article problematizes the teaching of Portuguese Language in the Education of Young and Adults by the film produced and spoken in Brazilian Portuguese. We used documentary and historical research to analyze the construction of the Brazilian language, the curricular proposal of the State of São Paulo and the project "Cinema Goes to School" to destabilize the encounter between linguistic varieties most prestigious-school language, writing, official, standard-and varieties less prestigious-spoken language, ordinary, colloquial, nonstandard-by and in the audiovisual sector, in order to observe and speak about Brazilian Portuguese, problematizing their differences and prejudices. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta muitas diferenças entre seus matriculados: geracionais, de gênero, geográficas, sociais, culturais etc.; no mesmo espaço convivem adolescentes, jovens, adultos e idosos; homens, mulheres, homossexuais; pessoas dos mais diferentes estados do país; de diferentes concepções religiosas, gostos musicais etc. Em comum a proximidade econômica, pertencentes aos grupos de menor poder financeiro, e a crença de que não sabem falar e escrever corretamente a língua portuguesa falada e escrita no Brasil. A diversidade da EJA a torna um espaço de conflitos que a obriga a alteridade, a um viver em comum, a observar o espaço escolar de modo diferenciado ao(s) do(s) grupo(s) a que pertence(m). Para os mais jovens, geralmente, a EJA advém do abandono dos estudos em algum determinado momento, seja pela necessidade de uma ocupação financeira para auxiliar a família, ou para os menores de idade, pela obrigatoriedade em frequentar a escola até alcançar a maioridade. Entre adultos e idosos, auxiliar a família financeiramente, a falta de oportunidade em prosseguir os estudos pela ausência ou proximidade de escolas, e, particularmente para as mulheres, o machismo dos pais impede a continuidade dos estudos por já terem conhecimento básico dos números e da escrita e leitura. Os que não conseguem se adaptar as diferenças tendem a desistir temporária ou definitivamente da escola. O grupo de adultos e idosos dificilm...