O discurso sobre o implante coclear tem produzido, tanto no meio acadêmico quanto na sociedade, em geral, discussões profícuas. Quando essas discussões são (re)produzidas na/pela mídia, especialmente a mídia televisiva, por meio do Discurso de Divulgação Cientifica (DDC), tal discussão ganha proporções nacionais. Dessa forma, procuramos, sob o viés da análise de discurso materialista, compreender os efeitos de sentido produzidos pela (re)produção de um discurso científico sobre o implante coclear na/pela Rede Globo de televisão por meio de seus programas matinais destinados, em geral, à mulher, a quem é delegada, com base no imaginário coletivo, a responsabilidade pelo cuidado e educação dos filhos, sobretudo quando esses têm alguma deficiência. Nosso corpus discursivo é composto por oito programas da referida emissora. A partir da análise de nosso material, constatamos que os discursos de divulgação científica acerca do implante coclear são proferidos a partir de um lugar que produz sentidos que o validam como única possibilidade de inclusão da pessoa surda.