Resumo A literatura aponta um crescimento de produções na área das altas habilidades/superdotação (AH/SD), no entanto, há ainda uma lacuna no que tange a estudos de intervenção, falhas na formação docente e mitos que impedem a correta identificação dessa população e dificultam a implementação de políticas públicas efetivas. A formação continuada, por meio da consultoria colaborativa, pode ser efetiva ao levar o conhecimento de especialistas para dentro da escola. Este estudo objetivou analisar os efeitos de um programa de formação continuada, por meio da consultoria colaborativa, para o professor especializado que atua na sala de recursos para altas habilidades/superdotação e descrever e comparar crenças, mitos e conceitos sobre AH/SD de um professor especializado, antes e depois da participação em um programa de formação continuada. A pesquisa foi realizada em uma escola pública estadual de ensino fundamental I de uma cidade do interior de São Paulo com uma professora especializada, que recebeu um programa de formação continuada. Esta intervenção ocorreu em 10 encontros, com duração de 3 horas, totalizando 30 horas de formação, em que foram discutidos aspectos teóricos e práticos a respeito das AH/SD. Os dados foram coletados por meio da Avaliação de conhecimentos acerca da superdotação (ACAS) pré e pós-intervenção e do Diário de campo; posteriormente, foram tabulados e analisados de modo descritivo e comparativo. Os resultados apontam melhora nos resultados pós-intervenção, denotando que o programa de formação continuada teve um efeito positivo. No entanto, é importante salientar que, mesmo com a consultoria, a participante permaneceu com algumas concepções equivocadas a respeito do tema.