Com base na discussão acumulada no campo do currículo sobre organização do currículo escolar, reflito, neste artigo, sobre a disciplinarização do conhecimento que nos constitui como pesquisadores. Por que ainda somos tão disciplinares? Mesmo em um campo no qual o debate crítico sobre as disciplinas é tão acentuado, por que ainda organizamos nossos periódicos, congressos, processos de avaliação nas agências de fomento e aulas de maneira disciplinar? Analiso neste artigo que a resposta a essas questões não é encontrada nas dinâmicas gerais da organização do conhecimento científico, nem pode ser reduzida à dicotomia entre ser contra ou a favor das disciplinas. Defendo como a discussão sobre as disciplinas nos dirige a um debate sobre política e identidade.