A autora defende que o currículo precisa ser pensado como espaço-tempo de fronteira entre culturas, garantindo a centralidade da categoria cultura em detrimento do conhecimento, caro à pedagogia crítica e ainda hoje embasando as discussões do campo. Utiliza-se, na construção da argumentação, de discussões pós-coloniais, especialmente as contribuições de H. Bhabha, S. Hall e B. S. Santos. Conclui que tratar o currículo como entre-lugar cultural em que se expressam princípios do Iluminismo e do mercado, mas também alternativas geradas na ambivalência dos globalismos, pode permitir ao currículo rearticular sua dimensão política na contemporaneidade.
RESUMO: O artigo busca entender como a emergência do movimento autodenominado Escola sem Partido (ESP) e de suas demandas conservadoras deslocam as negociações políticas na elaboração da Base Nacional Curricular Comum. O argumento central é o de que as negociações em curso seguem pondo em funcionamento uma normatividade neoliberal, entendida em matriz pós-estrutural. São analisados a segunda versão da base e os sites de divulgação do ESP, tendo por pano de fundo a assunção pós-fundacional de que a política é uma luta por significação de demandas particulares de diferentes grupos.Palavras-chave: Política curricular. Diferença. Base nacional curricular comum. Neoliberalismo. Escola sem Partido. The School without Party conservative demands and the Common CoreABSTRACT: This article seeks to understand how the emergence of the self-nominated social movement School without Party (SWP) and its conservative demands dislocate political negotiations on the establishment of a National Common Core Curriculum. The central argument is that the ongoing negotiations put into operation a neoliberal normativity, as understood via post-structural framings. The second version of the common core as well as the SWP reporting sites are analyzed against a backdrop of this post-foundational assumption: that politics is a struggle for significance of particular demands of different groups.
Defining politics as a signifiXation process, in dialogue with the discourse theory from Ernesto Laclau and Chantal Mouffe, I focus on the current debate about common core in Brazil. Assuming that social antagonism is ineradicable, I defend that the political terrain is always marked by articulations between a plurality of demands. Using the Australian experience as a starting point, I highlight two antagonizing ideas articulated by Brazilian common core, namely: knowledge to do something and knowledge itself. After analyzing the antagonismo between them, I argue that the dispute naturalizes the idea of curriculum as control, an idea that I try to displace by understanding education, justice and democracy as "to come". Keywords: Brazilian common core. Disciplinary knowledge. Pragmatism. Curriculum policy.BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM: A FALSA OPOSIçãO ENTRE CONHECIMENTO PARA FAzER ALGO E CONHECIMENTO EM SI RESUMO: Assumindo uma visão da política como processo de signifiXação a partir da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, foco o atual debate sobre bases nacionais curriculares comuns no Brasil. Sendo o antagonismo social inerradicável, defendo que o terreno politico é sempre marcado por articulações entre uma pluralidade de demandas. Utilizo a experiência da Australia como ponto de partida para destacar duas ideias que se antagonizam nas discussões sobre base curricular comum no Brasil, quais sejam: conhecimento para fazer algo e de conhecimento em si. Após analisar o antagonismo entre elas, argumento que a disputa naturaliza o sentido de currículo como controle, ideia que tento deslocar entendendo educação, justiça e democracia como porvir. Palavras-chave: base nacional curricular comum; disciplinas; pragmatismo; políticas de currículo * http://dx
RESUMO:No texto busco discutir os sentidos de educação como direito público subjetivo e como bem privado, cuja performance é medida pelo Estado. Analiso as bases nacionais comuns para os currículos, lançadas para consulta pública em setembro de 2015. Meu argumento, após fazer emergir esses dois significados, é que eles se articulam, produzindo uma compreensão normativa de currículo, ao partilharem o antagonismo em relação à imprevisibilidade do chão da escola. Teoricamente, assumo, a partir do diálogo com a teoria do discurso, que o debate político se dá com o intuito de criar uma ordem, sem ser capaz de apagar o antagonismo social. Do ponto de vista político, meu compromisso é fazer emergir sentidos possíveis para currículo que têm sido apagados pelas articulações em curso.Palavras-chave: Currículo. Política de currículo. Base nacional comum. Teoria de currículo. Educação. Common Core for Curriculums: learning rights and development for whom?ABSTRACT: In this paper, I discuss the meanings of education as subjective public right and private good, whose performance is measured by the State. The analysis is focused on the national common core for the curricula, released for public consultation in September 2015. My argument, after bringing out these two meanings, is that they are articulated -creating a normative meaning for curriculum -as they share the antagonism toward the unpredictability of the school daily life. Theoretically, I assume, based on the discursive theory, that the political debate operates to produce order, without being able to erase the social antagonism. From the political point of view, my commitment is to bring out possible directions for curriculum that have been deleted by the articulations in progress.
Neste texto, foco, especificamente, em um conjunto de materiais que se dedica a “fazer a Base virar realidade nas salas de aula”, produzido por uma articulação entre o MEC, as secretarias de educação e entidades do terceiro setor. Parto de uma noção pós-fundacional de política, segundo a qual toda hegemonia é marcada, desde o seu interior, por uma fratura e precisa, portanto, seguir sendo reinstituída. Dedico-me a entender como a noção de competência geral, que passou a estruturar a Base pós-impeachment, vem sendo significada no momento atual. Argumento que há um alinhamento da política educacional do País à governança da OCDE baseada na comparabilidade que, defendo, inviabiliza a educação como empreitada intersubjetiva. Por fim, sugiro o uso de outras referências para a construção de uma base de valorização profissional e condições de infraestrutura para uma educação de qualidade.
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