ResumoO objetivo deste artigo é analisar a masculinidade para trabalhadores não heterossexuais e como ela afeta a dinâmica social e organizacional, o que foi feito mediante um estudo qualitativo baseado em histórias orais com gays, lésbicas e bissexuais de Juiz de Fora, Minas Gerais. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo e os resultados sugerem uma hierarquia de masculinidades cujo mais alto nível está associado à masculinidade hegemônica, heterossexual e viril. Outras masculinidades não hegemônicas podem até ser socialmente toleradas, conforme, principalmente, seu nível de discrição. Os que expõem masculinidades não hegemônicas se sujeitam a violências legitimadas pela sociedade porque ela, assim, mantém a ordem, esvaziando a identidade homossexual ao culpá-los por serem diferentes. Esse quadro sugere enxergar além dos processos formais, para que se lide com aspectos não objetivos e que afetam as pessoas, suas práticas, e seu desempenho nas organizações.
AbstractThe objective of this article is to analyze masculinity for non-heterosexuals workers and how it affects social and organizational dynamics, which was done through a qualitative study based on oral histories with gays, lesbians and bisexuals from Juiz de Fora, Minas Gerais. Data were treated by content analysis and the results suggest a hierarchy of masculinities whose highest level is associated with hegemonic, heterosexual and manly masculinity. Other non-hegemonic masculinities may even be socially tolerated, mainly according to their level of discretion. Those who expose non-hegemonic masculinities are subjected to violence legitimized by society because it thus maintains order, emptying the homosexual identity by blaming them for being different. This framework suggests seeing beyond formal processes to address non-objective aspects that affect people, their practices, and their performance in organizations.