Entender a fenomenalidade da dor e do sofrimento, em especial na inabilidade das ciências em oferecer suporte existencial às vivências da crise psíquica grave, é o objetivo deste artigo. Para tanto refletiremos o acolhimento e cuidado nas primeiras crises psicóticas a partir da fenomenologia da vida desenvolvida por Michel Henry, filósofo e romancista francês. A Fenomenologia das Vida se define por atribuir todos os movimentos da vida subjetiva à afetividade. Para o filósofo, a verdade da alucinação, tal qual vista no sofrimento psíquico grave, é também a verdade da vida. No Brasil, as relações entre a Fenomenologia da Vida e as psicoterapias são recentes. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é compreender o sofrimento psíquico grave por meio de algumas passagens da obra de Michel Henry e alguns de seus estudiosos. Consequentemente o presente estudo abrange a proposta de contribuições na composição do arcabouço científico oriundo da teorização da Fenomenologia da Vida e, em face do sofrimento psíquico grave, compreender novos reflexões clínicas que ampliem a compreensão do sofrimento psíquico grave.