Não há Brasil sem cachaça e nem cachaça sem Brasil. Considerada bebida que representa o país bem como sua cultura, o destilado apresenta uma trajetória histórica repleta de mistérios, períodos de exaltação e também períodos de depreciação. Atualmente a cachaça pode ser encontrada em todo solo nacional e vem conquistando cada vez mais reconhecimento internacional. Em se tratando do Brasil, alguns estados se destacam em virtude da produção e qualidade ímpar, como São Paulo, no que diz respeito às cachaças industriais, e Minas Gerais, no que diz respeito às cachaças artesanais. Já em relação ao rótulo, pode-se dizer que desde o momento em que houve a obrigatoriedade dos mesmos, as marcas de cachaça passaram a retratar os mais diversos aspectos da vida sociocultural e política do país, retratando desde situações cômicas, até as mais dramáticas. Dentre todas as temáticas, o rural, de forma explícita ou não, sempre foi retratado nos rótulos pelas mais diversas marcas. Dessa maneira, esta dissertação teve como foco de investigação as representações sociais sobre o rural estampadas nos rótulos de cachaças artesanais de Minas Gerais. Para isso, utilizou-se de uma abordagem qualitativa ancorada na pesquisa bibliográfica e aplicação de 10 questionários semiestruturados em formato on-line. As categorias analíticas Representação Social, Consumo e Ruralidade orientaram a interpretação dos dados. Os resultados indicam que algumas marcas ainda trazem a versão mais precária e pessimista do campo. Contudo, a grande maioria das empresas vão em um caminho oposto. Os rótulos destas buscam representar as mais diversas virtudes e belezas do rural. Palavras-chave: Cachaça. Representação social. Rótulos. Ruralidade.