Neste trabalho apresenta-se uma descrição e análise iniciais de ‘Marcadores Discursivos’ (MDs) do português falado no Libolo (PLB), uma subvariedade do português falado em Angola. Os dados selecionados para a análise são parte do acervo do Projeto Libolo e os dados selecionados do chamado Corpus 1, especificamente, integram um projeto de pesquisa de corpora orais para o estudo da fala espontânea chamado de C-Oral-Angola (em construção). O estudo de MDs no PLB é orientado pela teoria L-AcT que propõe que o fluxo da fala só pode ser propriamente analisado se for segmentado em enunciados (atos de fala) e unidades tonais (que correspondem a unidades de informação) que são guiados por parâmetros prosódicos. Dessa forma, é possível a identificação de MDs que correspondem a unidades de informação dialógica e que carregam funções diferentes por estarem submetidos a condições prosódicas distintas – ver, entre outros, Moneglia e Raso (2014, p. 469), Raso (2014, p. 411). Assim, neste trabalho, a partir de critérios prosódico-pragmáticos, são descritos e analisados os MDs tás a ver, eh pa, ya e Júlia que atestam as seguintes funções: ‘Conativa’ (CNT), ‘Expressiva’ (EXP), ‘Fática’ (PHA) e ‘Alocutiva’ (ALL). MDs ‘alocutivos’ pertencem à categoria chamada de ‘vocativos’, que não são analisados como MDs em estudos fora da L-AcT. No trabalho, a ocorrência do MD ya na fala do português de Angola, e especificamente na fala do Libolo, é creditada ao contato linguístico entre falantes de português angolano e falantes de alemão.