“…Hoje, mais do que o almoço domingueiro, é o 'brunch' o novo ritual comunitário que acomuna os indivíduos num contexto globalizado e multicultural, onde a paleta de sabores e de alimentos re ete as suas escolhas de novas tipologias familiares, e onde as divisões de género associadas aos almoços tradicionais se esbatem (NIOLA, 2012), re etindo uma democratização das relações familiares. Estas alterações alimentares sinalizam, assim, uma evolução para novas formas de contratualização das relações familiares, as quais, estipuladas não mais em interesse da comunidade e da família enquanto unidade nuclear, mas sim no interesse do indivíduo, requerem do direito uma cada vez menor ingerência (PEDROSO, BRANCO, 2008). O 'brunch' serve, pois, de metáfora para simbolizar novos cenários familiares, exíveis e uidos (aumento das uniões de facto; aumento do número de crianças nascidas fora do casamento; aumento das famílias monoparentais; aumento das famílias recompostas; aumento das famílias transnacionais; e até aumento das famílias unipessoais), sinalizando a di culdade, e sobretudo inadequação, de propor uma de nição unívoca de família (PEDROSO, BRANCO, 2008).…”