Mulheres do Jequitinhonha: um diálogo entre arqueologia, história e antropologia

Abstract

Este artigo analisa aspectos da contribuição feminina na ocupação do extremo sul da Bahia ao longo dos séculos XIX e XX. Dados procedentes de um salvamento arqueológico, das fontes históricas primárias e secundárias sobre a região e das informações orais obtidas com antigos moradores foram perscrutadosno sentido de se apreender os universos sociais a partir das agências individuais e coletivas. A ênfase na atuação feminina permitiu evidenciar as mulheres como importantes agentes sociais no processo de ocupação do vale do Jequitinhonha, identificando as táticas por elas desenvolvidas na negociaçãode espaços de atuação social. Além de facilitar a identificação da reprodução de estruturas sociais, esse procedimento possibilitou apreender suas adequações e a criação de novas disposições sociais, principalmente através de agências individualizadas, de pequena escala, rotinizadas e potencialmente transformadoras.

Teorias de gênero e feminismos na arqueologia brasileira

“…Dentre as principais questões abordadas, o resgate da história de mulheres, sejam estas cativas durante o período escravista colonial, sejam mulheres livres, vem sendo uma importante ferramenta política na desconstrução da ideia de que as mulheres somente permaneciam nos espaços domésticos, como demonstram estudos sobre a diáspora africana na região sul (Rodrigues, 2015) atrelados à uma perspectiva da Arqueologia descolonizante. Já no período imperialséculos XIX e XXo papel da mulher é abordado nas relações de trabalho no campo, em especial nas atividades de garimpo em Minas Gerais (Ribeiro, 2013) e na Bahia (Sousa, 2006), e nas práticas e cultura material das mulheres das elites urbanas citadinas, no Rio de Janeiro (Lima, 1997) e também na região sul (Fredel, 2008(Fredel, , 2012(Fredel, e 2015.…”

Entre brincadeiras e homenagens: a experiência social infantil em Isola Sacra (séculos I e II)

“…Para maiores informações sobre as concepções acerca da criança e infância em sociedades gregas, consultarSousa, 2019;Oakley, 2013;Golden, 2011;Macniven, 2007. …”