Mulheres Quilombolas, Violência E as Interseccionalidades De Gênero, Etnia, Classe Social E Geração

Abstract

Este artigo discute sobre a violência contra segmentos sociais vulnerabilizados, como mulheres negras, e estratégias de enfrentamento, considerando diferentes eixos de opressão na perspectiva dos direitos humanos e da interseccionalidade. Foram entrevistadas mulheres e homens quilombolas e profissionais que atuam em quilombos urbanos e rurais do Rio Grande do Sul. As narrativas foram submetidas à análise de conteúdo. Os resultados apontam que essas mulheres vivenciam opressões que fluem ao longo dos eixos de gênero, raça/etnia, geração e classe social. Experienciam violência estrutural através da dificuldade de acesso às políticas públicas, racismo institucional e não reconhecimento de sua identidade étnico-cultural nas escolas. Conclui que a resistência se efetiva a partir da organização local para acessar os direitos de cidadania.

Racismo e insegurança alimentar: mazelas de uma comunidade quilombola da Amazônia legal brasileira

“…Esses fatores interagem, destacando a necessidade de compreender experiências únicas. A predominância feminina não indica ausência masculina, mas molda dinâmicas familiares por influências contextuais e históricas 20 .…”

“…É importante considerar a interseccionalidade na análise do racismo nas comunidades quilombolas, uma vez que muitos quilombolas também enfrentam outras formas de opressão, como o machismo, a discriminação de gênero e a pobreza. A interseccionalidade reconhece a interconexão entre diferentes formas de opressão e como elas se entrelaçam na experiência das pessoas 20 .…”

Racism and food insecurity: misfortunes of a Quilombola community in the Brazilian Legal Amazon

“…These factors interact, highlighting the need to understand unique experiences. Female predominance does not indicate male absence but shapes family dynamics through contextual and historical influences 20 .…”

“…It is crucial to consider intersectionality when analyzing racism in Quilombola communities since many Quilombola also face other forms of oppression, such as machismo, gender discrimination, and poverty. Intersectionality recognizes the interconnection between different forms of oppression and how they intertwine in people's experience 20 .…”

Mortalidade por neoplasia maligna de pâncreas no Tocantins de 2015 a 2019: Perfil epidemiológico

“…Conforme a pesquisa, as mulheres autodeclaradas pretas são mais vulneráveis do ponto de vista econômico e de escolaridade, em relação às mulheres autodeclaradas brancas e aos homens autodeclarados brancos ou pretos na mesma faixa etária. Do mesmo modo, Grossi et al (2018), em estudo recente sobre mulheres quilombolas, constataram uma estrutura social marcada por assimetrias de gênero, raça/etnia e geração, onde estes sujeitos não possuem sua cultura e tradição valorizadas, e conseguem se inserir no mercado de trabalho de forma precária e lutam ainda pelo direito à titulação de suas terras e a garantia de acesso aos seus direitos de cidadania.…”