2018
DOI: 10.22409/ppgmc.v12i1.9865
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Na aldeia, na mídia, na rua: reflexões sobre a resistência Kaiowa e Guarani em diálogo com o contexto de golpe político no Brasil e com o campo hegemônico da comunicação

Abstract: Em tempos conservadores, torna-se imprescindível (e urgente) aprender com experiências coletivas de resistência em longa duração histórica, considerando todas as suas dimensões. A experiência contra-colonizadora dos povos indígenas Guarani e Kaiowa convida-nos a observar tanto uma política da resistência quanto a buscar incidências vivas dessas formas de vida nos fazeres da área de Comunicação Social, em larga medida marcados pelas racionalidades do Estado, do mercado e da técnica com pouca permeabilidade às l… Show more

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“…Juan Francisco Salazar (2004, p. 82 -tradução nossa) lembra que, enquanto o Nuevo Cine Latinoamericano e o documentário social dos anos 1970 buscavam sempre falar pelo e "retificar" a imagem tradicional do Outro (o oprimido, o trabalhador, o camponês, o "índio"), sem a sua participação na definição dos processos e dos produtos, "os cineastas indígenas falam por si" de forma "radicalmente coletiva" -"com os participantes sendo chamados para colaborar, cooperar e co-produzir os seus próprios filmes". Nesse sentido, do filme etnográfico a mídia indígena, o campo apresentado por essas formas da antropologia fílmica (France, 2000), da antropologia da mídia (Salazar, 2004) ou da comunicação intermundos (Oliveira, 2018) 11 , é o que mais próximo apresenta um enquadramento para o cinema de Vincent Carelli. Entretanto, não deixamos de salientar, na esteira de Robert Stam (2008), que muitos dos limites do filme etnográfico, invariavelmente, revelam-se em procedimentos narrativos convencionais, como o da voice "científica" over e da reconstituição de práticas culturais há muito desaparecidas -sem a circularidade de outras vozes e quase sempre presos a reificação cultural.…”
Section: Do Contexto Ao Objetounclassified
“…Juan Francisco Salazar (2004, p. 82 -tradução nossa) lembra que, enquanto o Nuevo Cine Latinoamericano e o documentário social dos anos 1970 buscavam sempre falar pelo e "retificar" a imagem tradicional do Outro (o oprimido, o trabalhador, o camponês, o "índio"), sem a sua participação na definição dos processos e dos produtos, "os cineastas indígenas falam por si" de forma "radicalmente coletiva" -"com os participantes sendo chamados para colaborar, cooperar e co-produzir os seus próprios filmes". Nesse sentido, do filme etnográfico a mídia indígena, o campo apresentado por essas formas da antropologia fílmica (France, 2000), da antropologia da mídia (Salazar, 2004) ou da comunicação intermundos (Oliveira, 2018) 11 , é o que mais próximo apresenta um enquadramento para o cinema de Vincent Carelli. Entretanto, não deixamos de salientar, na esteira de Robert Stam (2008), que muitos dos limites do filme etnográfico, invariavelmente, revelam-se em procedimentos narrativos convencionais, como o da voice "científica" over e da reconstituição de práticas culturais há muito desaparecidas -sem a circularidade de outras vozes e quase sempre presos a reificação cultural.…”
Section: Do Contexto Ao Objetounclassified