A prática do reuso de efluentes vem sendo bastante estudada e tem como propósito reduzir a demanda sobre os mananciais, devido à substituição da água potável por uma água de qualidade inferior. Dentre as atividades que mais utilizam água, gerando um efluente com elevadas cargas de sólidos totais, estão a lavagem de automóveis e de roupas. Uma das alternativas encontradas para o tratamento deste tipo de efluente é o uso de coagulantes. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi comparar a aplicabilidade do sulfato de alumínio e das sementes de Moringa oleífera, no processo de coagulação dos efluentes provenientes da lavagem de automóveis e de roupas. Amostras de 1,0 L de efluente, coletados em uma lava a jato e uma residência localizados no Município de Sumé-PB, foram utilizadas para realização dos testes, sendo aplicados como coagulantes o sulfato de alumínio e sementes de moringa pulverizadas em solução. Aplicou-se o planejamento fatorial 22 com três repetições no ponto central, para verificar a influência do tempo de tratamento e da quantidade dos coagulantes sobre a turbidez, o pH e a condutividade elétrica das amostras. Os resultados obtidos para o efluente de lava a jato permitiram verificar uma redução na turbidez de até 94%, quando se utilizou o coagulante obtido a partir da semente de moringa, e de até 96%, para o sulfato de alumínio, que também proporcionou a redução de pH e aumento da condutividade elétrica. A análise estatística indicou que, para um nível de confiança de 95%, o efeito do tempo foi significativo sobre a resposta turbidez, para os dois coagulantes utilizados. Analisando os resultados obtidos para o efluente de lavagem de roupas, verifica-se uma redução na turbidez de até 92%, quando se utilizou o coagulante obtido a partir da semente de moringa, e de até 70%, para o sulfato de alumínio, que também proporcionou a redução de pH. Os resultados da análise estatística, com um grau de confiança de 95%, permitiram verificar que, para a resposta turbidez, quando se utilizou o sulfato de alumínio, os dois fatores e a interação foram estatisticamente significativos, já para a Moringa, apenas o tempo apresentou efeito significativo. Para as condições estudadas, é possível afirmar que as sementes de Moringa podem ser aplicadas como coagulante no tratamento de águas servidas, reduzindo os teores de turbidez, com a vantagem de ser um produto natural de baixo custo e sem promover alterações significativas no pH e na condutividade elétrica das amostras.