“…Uma importante investigação das medidas socioeducativas foi realizada por Saliba (2006) que, numa análise vertical, procurou demonstrar como tais medidas, de fato, dissimulam uma prática historicamente consolidada de vigilância e controle do comportamento sobre aqueles que possam representar qualquer tipo de ameaça social. Na literatura que tematiza os estabelecimentos de proteção de crianças e adolescentes, tanto com relação aos fechados quanto aos abertos, há estudos que apontam para os efeitos positivos da institucionalização de crianças e de adolescentes (Borgheti, 2007;Costa & Assis, 2006;Morais, Leitão, Koller & Campos, 2004;Pinheiro, 2004;Santana, Doninelli, Frosi & Koller, 2004;Siqueira & Dell' Aglio, 2006), focalizando a dimensão do cuidado, da proteção integral e da socialização, algumas vezes sem maiores implicações problematizadoras. Outros trabalhos, porém, tendem a enfatizar mais seus efeitos iatrogênicos (Benelli, 2002(Benelli, , 2003a(Benelli, , 2003b(Benelli, , 2004Guirado, 1986;Lemos, 2008;Marcílio, 1998Marcílio, , 2000Pagni, 2010;Scherer, 2009), mais atentos para a dimensão do controle e da normalização social, respaldados por uma perspectiva analítica crítica.…”