O “Bê-Á-Bá” do Ensino em Empreendedorismo: Uma Revisão da Literatura Sobre os Métodos e Práticas da Educação Empreendedora

Abstract

RESUMOA educação empreendedora é considerada essencial para o desenvolvimento econômico e social de um país. Por esse motivo, tem despertado o interesse de muitos pesquisadores nacionais e internacionais. A efetividade de tal educação está diretamente relacionada ao uso apropriado de métodos e estratégias de ensino capazes de instruir e preparar os estudantes com habilidades e conhecimentos necessários para a condução de novos negócios. Em vista disso, este ensaio teórico tem como objetivo identificar os principais métodos e práticas de ensino adequados à educação empreendedora, bem como os conceitos e as características do tema a partir da revisão da literatura. Para o alcance desse objetivo, realizou-se um levantamento bibliográfico em nível nacional e internacional nos principais periódicos relacionados ao tema entre os anos de 2005 a 2015. Para o desenvolvimento de pesquisas, percebeu-se a dificuldade de separar o papel da educação empreendedora de outros fatores que possam contribuir para a formação do empreendedor. Outro ponto que a revisão de literatura revela é a importância dos métodos ativos para essa formação, mas as pesquisas indicam também o uso de métodos passivos de aprendizagem. Logo, compreender a interação entre esses métodos no ensino do empreendedorismo parece ser um ponto importante da agenda de novas pesquisas na área.Palavras-chave: Empreendedorismo; Educação Empreendedora; Métodos de Ensino.

Empreender como uma forma de ser, saber e fazer

“…2018). A partir dela, a atividade empreendedora se potencializa, contribuindo para a economia de um país, visto que através dela se instruem e preparam indivíduos com conhecimentos e habilidades necessários para identificarem obstáculos como oportunidades, aproveitando as situações que se apresentam e o contexto em que atuam para criarem empreendimentos e gerarem, por consequência, crescimento econômico e social (Silva & Pena, 2017;Duarte, Debona & Perini, 2018).…”

“…Para alcançar estes objetivos são necessárias novas metodologias de ensino e aprendizagem que permitam "aprender fazendo", a fim de que o aluno se depare com situações, desafios e dificuldades que o estimulem a refletir e pensar de modo diferente, buscando alternativas e soluções, e aprendendo com a experiência. A educação empreendedora, então, reúne propostas de ensino e aprendizagem orientadas à ação, como a aprendizagem experiencial, a aprendizagem pela ação, a aprendizagem contextual, a aprendizagem centrada em problemas, a aprendizagem cooperativa, entre outras (Schaefer & Minello, 2016;Silva & Pena, 2017, Araújo & Davel, 2019,…”

“…As novas funções que professor assume na educação empreendedora podem ajudar a explicar essa correlação, tendo em vista que os docentes passam a atuar como um exemplo e estímulo aos alunos, mediando e catalisando o processo de aprendizagem (Lima et. al., 2015a;Silva & Pena, 2017). Também o aluno assume um novo papel, enquanto responsável pelo próprio aprendizado e desenvolvimento, motivado pelos próprios desejos e anseios que dizem respeito à sua pessoa e ao seu contexto (Schaefer & Minello, 2016;Wazlawick et.…”

“…Esse reconhecimento e alinhamento mútuo é importante pois potencializa os resultados da educação empreendedora (Tschá & Cruz Neto, 2014), visto que o modo de pensar e de agir dos professores e alunos convergem. A realização de ações e projetos integrados de formação empreendedora (Silva & Pena, 2017) levam ao desenvolvimento da mentalidade e do comportamento empreendedores tanto dos alunos, quanto dos professores.…”

“…Novas metodologias e práticas didático-pedagógicas também são adotadas e desenvolvidas para a educação empreendedora, privilegiando técnicas pedagógicas vivenciais, interativas, cooperativas e dinâmicas (Rocha & Freitas, 2014;Silva & Pena, 2017;Araújo & Davel, 2019). Por meio de projetos, atividades e tarefas práticas, a aprendizagem se desenvolve baseada em resolução de problemas e desafios, e tanto os acertos e conquistas quanto os erros e fracassos se constituem como fontes de aprendizado (Dolabela & Filion, 2013).…”