2019
DOI: 10.11606/2179-0892.ra.2019.161080
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O corpo da antropóloga e os desafios da experiência próxima

Abstract: Este artigo oferece uma reflexão sobre a centralidade do corpo da antropóloga nas pesquisas de campo e sobre como esta centralidade afeta e produz a escrita etnográfica. Busca-se problematizar os sentidos e os efeitos da corporeidade para o fazer etnográfico e mostrar que a presença corporal e material das pesquisadoras em campo produzem lugares de fala específicos, que afetam os modos de ver, fazer, pensar e escrever antropologia. Por meio de uma certa perspectiva feminista, a intenção é refletir sobre o esta… Show more

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“…Desse modo, o pensamento transfeminista negro aposta no princípio da multiplicidade para pensar nas corporalidades trans para além de categorias identitárias fixas e imagens de controle corporais que tentam enquadrar experiências, saberes e práticas que escapam da cisnormatividade. Nesse sentido, o lugar da fronteira pode ser pensado como uma posição que, em vez de construir muros, possibilita atravessá-los e permite aberturas e fissuras para existências numa terceira, quarta, quinta margens, em confluências e ramificações de vidas possíveis (Nascimento, 2019).…”
Section: "Ser Travesti é Se Autoafirmar é Ser Quem Eu Sou Uma Mulher ...unclassified
“…Desse modo, o pensamento transfeminista negro aposta no princípio da multiplicidade para pensar nas corporalidades trans para além de categorias identitárias fixas e imagens de controle corporais que tentam enquadrar experiências, saberes e práticas que escapam da cisnormatividade. Nesse sentido, o lugar da fronteira pode ser pensado como uma posição que, em vez de construir muros, possibilita atravessá-los e permite aberturas e fissuras para existências numa terceira, quarta, quinta margens, em confluências e ramificações de vidas possíveis (Nascimento, 2019).…”
Section: "Ser Travesti é Se Autoafirmar é Ser Quem Eu Sou Uma Mulher ...unclassified
“…No caso do Brasil, as autoras utilizam o exemplo em sua obra Interseccionalidade do movimento de mulheres (2021), que expõe como em 1975, no início da efeméride Década das Mulheres, promovida pela ONU, as brasileiras apresentaram o Manifesto das Mulheres Negras no Congresso das Mulheres Brasileiras, ponto a partir do qual foi possível identificar como a vida das mulheres eram moldadas, em todas as suas esferas, pela intersecção de classe/ raça e gênero. Nascimento (2019) também corrobora essa perspectiva como referência para sua obra. A autora utiliza o recurso do corpo da pesquisadora que está na fronteira e por isso produz uma etnografia levando em conta a situação de pertencer a diversos contextos, inscritos, por sua vez, em seu corpo.…”
Section: Interseccionalidade E Sua Relação Com a Branquitudeunclassified
“…Compreender que o corpo da antropóloga está na fronteira e é atravessado por diversos marcadores auxilia a pensar como os corpos dos estudantes também se encontram nessa perspectiva, ainda que alguns corpos, quando inseridos na cultura escolar, sejam compreendidos como "neutros" (como é o caso dos meninos brancos). Durante o trabalho de campo apareceram situações que foram observadas e dialogam com essa inspiração de uma etnografia implicada, à maneira de Nascimento (2019).…”
Section: Interseccionalidade E Sua Relação Com a Branquitudeunclassified
“…Acionamos principalmente as autoras Silvana Nascimento (2019) e Donna Haraway (1995) para dialogar com as noções de corpo marcado, trajetórias pessoais, saberes localizados e a importância da construção de um conhecimento científico feito por mulheres. Ainda neste artigo, mobilizamos Tim Ingold (2011), Mariza Peirano (2014) e Roberto Cardoso de Oliveira (1996), para discutir sobre os processos que envolvem o "método etnográfico", de pesquisa empírica, do olhar, ouvir e escrever.…”
Section: Introductionunclassified