O cotidiano, o lúdico e as redes relacionais: a artesania do cuidar em terapia ocupacional no hospital

Abstract

O objetivo deste trabalho é refletir sobre os modos de fazer, sentir e conduzir as ações de contar histórias em uma enfermaria pediátrica. Essas ações decorrem de atividades de extensão universitária, no âmbito da terapia ocupacional. A reflexão, realizada a partir da revisão de literatura e discussão sobre anotações de campo do projeto, pauta-se por norteadores teóricos baseados nas tecnologias do cuidado e no brincar dentro do contexto das intervenções no hospital, sob a perspectiva da integralidade e da humanização do cuidado. A contação de histórias é apresentada enquanto forma de promover escuta, acolhimento, afetações diversas e processos vinculares, possibilitando a constituição de uma rede de sustentabilidade relacional, envolvendo os atores que circulam na enfermaria. Reafirma, assim, as práticas profissionais em saúde no hospital a partir de uma construção permanente junto ao sujeito por meio de ferramentas tecnológicas singularizadoras que promovam encontros-acontecimentos.

Mediarte com Amor e Humor: uma Experiência a partir do Olhar dos Participantes

“…Aliados a isso, a urgência, a dor e o sofrimento agudos, a iminência da morte, o desconhecido acerca do próprio corpo, a impotência e a necessidade do outro atravessam e constituem o instável e intenso ambiente hospitalar para todos os seus atores 1 . Em se tratando das crianças, a permanência nesse ambiente torna-se ainda mais difícil, pois não há entendimento claro do que esteja ocorrendo.…”

The Act of Playing Within the Hospital Context in the Vision of the Accompanying Persons of the Hospitalised Children

“…[1][2][3][4][5][6] Hospitalisation may compromise the normal development of the children, both for breaking their routine and the process of adjusting to the new reality (hospital routine: examinations, painful procedures, schedules, visits, etc.) so it may result in the impairment of the physical, emotional and intellectual development.…”

“…In case of hospitalisation, children leave ordinary things behind, however, regarded as essential to their development: parents, home, siblings, school, friends, pets and toys. 1,[7][8][9] Carvalho and Begnis 8 and Pedrosa et al 7 emphasize the need to create environments that can favour children to continue a variety of activities so that the factors resulting from hospitalisation do not interfere with their development and emphasize that "all institutions devoted to child care spaces should be recognized as integral development" 8 (p. 110).…”

“…Several authors 1,10 highlight that the playing process produces a distinctive, singular reality as it modifies the routine of the hospital stay, allowing the children to elaborate such experience, as well as it promotes the continuation of their development. Another study 8 based on the importance of the infant playing activity found that such act is a positive strategy for coping with the stress caused by invasive procedures derived from hospitalisation.…”

Insatisfação No Trabalho De Enfermeiros De Um Hospital Universitário

“…Os trabalhadores da enfermagem desenvolvem suas atividades de forma fragmentada e individual, convivem com a dor, com o sofrimento alheio, com a recuperação e o risco de morte iminente dos pacientes, entre outros fatores. Assim, eles estão sujeitos a sentimentos de insatisfação e sofrimento que podem contribuir para o desgaste mental, psíquico e físico (4) . Diante das considerações anteriores perguntase: Os enfermeiros vivenciam sentimentos de insatisfação no labor?…”