“…Ao mesmo tempo, as experiências ufológicas podem também diferir de modo importante das demais categorias de experiência anômala por serem, em parcela significativa dos casos, mais extensas, complexas e talvez padronizadas, além de associadas àquela rica coleção de sinais e sintomas delas derivados, e de serem passíveis de interpretações cientificistas enquanto produto de tecnologias não convencionais, em vez de meramente sobrenaturais (Appelle et al, 2014;Bullard, 1989;Dewan, 2006b;Jung, 1988Jung, /1958Martins, 2011aMartins, , 2011bMartins, , 2012Martins, , 2014aSaliba, 1995;Suenaga, 1999 (Jung, 1988(Jung, /1958Martins, 2012;Suenaga, 1999), frequentemente esses episódios apresentam um impacto subjetivo em seus protagonistas, o qual parece variar em sua intensidade e implicações no cotidiano dos envolvidos, pois podem destoar da visão de mundo de pessoas e grupos a ponto de atuarem como uma forma de desconstrução cultural, confrontando crenças convencionais científicas e religiosas, e ocasionando angústia (Bullard, 1989;McLeod et al, 1996;Martins, 2011bMartins, , 2012Suenaga, 1999). Isso sugere outra distinção relevante em relação à maioria das demais categorias principais de experiência anômala, que costumam ser mais harmônicas à visão de mundo de seus protagonistas e seu meio social, ser passíveis de certo controle e gerar menor ou nenhum sofrimento psicológico ou prejuízos funcionais no cotidiano (Cardeña et al, 2014;Menezes Júnior & Moreira-Almeida, 2009;Moreira-Almeida & Cardenã, 2011 Bullard, 1989, Dewan, 2006bHufford, 1977Hufford, , 1982Marçolla & Mahfoud, 2002e Martins, 2012 …”