“…Nas últimas décadas, especialmente após os anos 1990, saltamos de uma ideologia baseada no progresso racionalista para outra baseada no discurso do capital digital. Trata--se da era das cidades globais e inteligentes baseadas no conceito de Smart Cities, suportadas pelo interesse do capital privado sobre o espaço urbano, conforme Poli de Figueiredo (2018), que continuam a perpetuar as desigualdades, a exclusão geográfica, a segregação e a apagar as culturas e as identidades locais, sobretudo das populações pobres, como afirma Escobar (1995). No Brasil, como em muitas cidades de países do Sul Global, de acordo com Arantes et al (2002), trata--se de uma acirrada crise urbana, de disputas iminentes de capitalização, em que a especulação imobiliária, a industrialização, a gentrificação, entre outros fatores, afeta e define a qualidade dos espaços da cidade.…”