2019
DOI: 10.30612/raido.v13i33.9767
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

O dispositivo da colonialidade de gênero no discurso transfóbico online

Abstract: Neste artigo, proponho a compreensão da violência linguística praticada contra pessoas trans enquanto instância do dispositivo de colonialidade de gênero vigente na sociedade brasileira. Para tanto, orientado por perspectivas pragmáticas e socioantropológicas da linguagem acerca das noções de performatividade, violência linguística, indexicalidade e entextualização, articulo construtos teóricos sobre as problemáticas da colonialidade/decolonização do mundo ocidental eurocentrado com as discussões sobre perform… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1
1

Citation Types

0
0
0
6

Year Published

2021
2021
2023
2023

Publication Types

Select...
3

Relationship

1
2

Authors

Journals

citations
Cited by 3 publications
(6 citation statements)
references
References 12 publications
0
0
0
6
Order By: Relevance
“…Alguns dos poucos dados estatísticos que existem ainda são incipientes. A única coisa que teríamos, com maior expressividade, seria a produção de números (Silva, 2019) sobre os assassinatos no país -comumente expondo nossa liderança em relação às mortes de mulheres trans e travestis: o Brasil é onde mais se mata LGBTs.…”
Section: O Feminismo é O Que Nos Restaunclassified
“…Alguns dos poucos dados estatísticos que existem ainda são incipientes. A única coisa que teríamos, com maior expressividade, seria a produção de números (Silva, 2019) sobre os assassinatos no país -comumente expondo nossa liderança em relação às mortes de mulheres trans e travestis: o Brasil é onde mais se mata LGBTs.…”
Section: O Feminismo é O Que Nos Restaunclassified
“…Abaixo, seguem alguns artigos que ratificam essa questão, com destaque para excertos que traduzem os achados desta pesquisa. Silva (2012), aponta a violência transfóbica como parte do dispositivo de gênero:…”
Section: Transfobia E Mulher Trans: Ideologia De Gênero Ou Violências...unclassified
“…Nesse sentido, Silva (2012) destaca que inúmeras facetas sobre as identidades pós-modernas partem de uma concepção de alteridade, trazendo também à tona o debate da transfobia 2 em consonância com o paradoxo gênero-violência, já que ambos lançam olhares às identidades como representações, neste caso, questionando-as a partir de uma visão ocidentalizada, falocêntrica e essencializadora das sociedades. Nesse devir, de acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais -ANTRA: O Brasil tem cerca de 209 milhões de habitantes e uma taxa de 30,5 homicídios a cada 100 mil habitantes, a segunda maior da América do Sul, perdendo apenas da Venezuela, com 56,8.…”
Section: Introductionunclassified
“…Nesse sentido, a perspectiva crítica proposta por Butler (1997) para a compreensão do discurso de ódio encontra seus termos numa definição de contexto de produção ritual dos atos de fala que ultrapassa limitações temporais ou espaciais, tornando-se "uma historicidade condensada", segundo a qual o contexto "[...] excede a si mesmo em direções passadas e futuras, um efeito de invocações anteriores e futuras que constituem a instância de proferimento e que escapam dela" (BUTLER, 1997, p. 3). Assim, o discurso de ódio se realiza, em alguma medida, em função da emergência/atualização de um contexto ritual de violência e injúria no qual aquele que é injuriado é interpelado a ocupar 6 um lugar que torna precária 7 sua condição, sua vida, quase sempre obliterando sua condição de humanidade (SILVA, 2019b). A este último ponto retornarei na seção seguinte.…”
Section: Discursos De óDio: Linguagem Performatividade E Violência Linguísticaunclassified
“…Em certo sentido, ela é um conjunto de vozes herdado, um eco de outros que fala como um 'eu'. (BUTLER, 1997, p. 25) Em função dessa perspectiva, conforme explorei em trabalhos anteriores (SILVA, 2019a(SILVA, , 2019b(SILVA, , 2019c, entendo que considerar a historicidade e as múltiplas vozes sociais que falam no discurso violento é também, em certo sentido, levar em conta as dinâmicas de temporalidade e espacialidade constitutivas de sua produção e circulação translocal (BLOMMAERT, 2010), desde a cena discursiva específica em que a injúria é praticada até as instâncias mais remotas que nela se atualizam, mediante processos contínuos de criação e de pressuposição de contextos (FABRÍCIO, 2014) injuriosos.…”
Section: Discursos De óDio: Linguagem Performatividade E Violência Linguísticaunclassified