Um diagnóstico socioambiental foi realizado junto a catadores de materiais recicláveis que trabalham em uma área de disposição de resíduos sólidos à céu aberto, no município de Capitão Poço, nordeste do estado do Pará, na região da Amazônia Oriental, Brasil. O objetivo foi identificar como o trabalho informal afeta o perfil social, econômico e sanitário dos entrevistados. Os catadores, na maioria, apresentaram baixa escolaridade, trabalham diariamente no lixão, coletando, principalmente, papel e plástico e dependem essencialmente da renda obtida com a catação. Além do trabalho informal proporcionar aos catadores uma renda abaixo da média brasileira, algumas condições inadequadas de trabalho foram identificadas, tais como: os catadores relataram ter sofrido acidente laboral, além de necessitarem retirar da massa de lixo alimento para consumo. Do total de entrevistados, 77% relatou dificuldades do trabalho que desempenham, tais como preconceito, condições de trabalho, precárias, risco de contaminação e falta de incentivo da prefeitura e a parcela de 84% disse ter interesse em trabalhar de forma organizada por meio de uma cooperativa. A organização em cooperativas elevaria a renda, a posição social, a autoestima, além de diminuir a condição de vulnerabilidade social e elevar o nível de qualificação profissional dos catadores. Ficou evidente que as condições de trabalho dos catadores do lixão de Capitão Poço são precárias e insalubres e que a meta de extinguir e recuperar o lixão e realizar a inclusão social e emancipação econômica dos catadores, por meio da implantação de cooperativas, estabelecida na Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), é uma realidade distante para o município pesquisado.