“…Retomando Zizek (1996) e sua ideia de que o capitalismo representaria o fim da história, pontuamos que seria o mesmo que dizer: "Faça alguma coisa", "seja ativo", "participe", se afilie, segundo Fontenelle (2010), ao "consumo responsável", "consciente", "sustentável", "ético", "racional", "ativista", "cidadão", isto é, "[...] uma tirania da escolha que não deveria nos enganar, pois se trata de seu verdadeiro oposto: a ausência da escolha real quanto à estrutura fundamental da sociedade" (ZIZEK, 2008, p. 455 Consequentemente, a cultura do consumo passa a vender uma nova mercadoria: a redenção da culpa (FONTENELLE, 2010), ou o que podemos denotar ser uma terceirização dessa redenção, uma vez que cabe a esse consumidor optar (ou não) "[...] pela escolha das empresas das quais vai comprar em função de sua responsabilidade social, ajudando a construir uma sociedade mais sustentável e justa" (MATAR, 2009, s/p). O resultado desse arranjo em torno da crise ecológica é, segundo Fontenelle (2010, p. 220), um passar para o individual a responsabilidade de impor os limites ao capitalismo, ou seja, não há proibição social ou estrutural, as pessoas que são responsáveis por impor novas proibições a si mesmas (SALECL, 2005apud FONTENELLE, 2010.…”