O traumatismo cranioencefálico (TCE) é definido como um conjunto de agressões ocasionadas por fatores externos, que geram danos anatômicos ou funcionais no couro cabeludo, crânio, meninges e encéfalo. Devido seu impacto, esse estudo teve com objetivo analisar a morbimortalidade por TCE em Minas Gerais no período de 2011 a 2020. Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo, quantitativo, de base documental com método comparativo-estatístico, com amostra composta pelas internações ocorridas por TCE em Minas Gerais, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Utilizou-se os dados do DATASUS, estudando as variáveis: sexo, faixa etária, cor/raça, número de internações, prevalência das internações nas macrorregiões de saúde, regime e caráter das internações, média de permanência, óbitos, taxa de mortalidade e gastos hospitalares. No período analisado, foram registradas 111.809 internações por TCE em Minas Gerais, com predomínio na macrorregião Centro (32,22%), e com taxa de mortalidade média de 8,85%, com maioria na macrorregião Leste (13,48%). Sobre os dados sociodemográficos e clínicos, predominou-se o sexo masculino (75,91%), faixa etária de 20-29 anos (13,97%) e cor/raça parda (43,06%). Os atendimentos ocorreram, em maior parte, em caráter de urgência (93,49%), regime privado (26,48%) e média de permanência de 5,3 dias. Quanto aos gastos, o valor total foi 235.418.917,39 reais, com 26,12% destinados ao sistema público. Em relação aos óbitos, sua maioria foi no sexo masculino (80,29%), faixa etária de 50-59 anos (14,21%), cor/raça parda (46,28%), no regime público (25,22%) e em caráter de urgência (93,43%). Sendo assim, torna-se um problema de saúde pública, levando a um elevado número de óbitos, invalidez e gastos públicos, tornando necessária a implantação de medidas preventivas para acidentes e investimento no atendimento pré e intra-hospitalar.