Com este artigo, pretendemos ilustrar as perceções que os intérpretes de língua gestual portuguesa (LGP) reconhecem na sua atividade profissional. Como referência teórica, analisamos diversos aspetos referentes ao estágio curricular, aos dilemas profissionais, às parcerias do intérprete no contexto educativo, à interpretação para voz e às lesões músculo-esqueléticas. Para isto, realizamos inquéritos por questionário aos intérpretes de língua gestual portuguesa que se encontravam a exercer funções. Através da análise dos dados obtidos verificou-se: insuficiência de parâmetros na lei que respondam a questões relacionadas ao exercício da atividade; o trabalho de parceria entre o intérprete de LGP e os restantes membros da equipa educativa é crucial para o contributo de uma educação de qualidade para os alunos surdos; a voz, enquanto ferramenta de trabalho, deverá ser cuidada e, a sua utilização, potencializada para uma eficaz interpretação para voz; a falta de cuidados que os intérpretes têm relativamente às possíveis lesões músculo-esqueléticas que advêm do exercício da profissão.