O objetivo deste estudo foi entender as diferentes matrizes da educação ambiental presentes nos espaços escolares de duas escolas municipais de São Paulo, a partir da problemática dos resíduos sólidos. A pesquisa foi qualitativa, com objetivo exploratório, por meio de um estudo de caso. Projetos Político-Pedagógicos, Planos de Ensino e Livros Didáticos de Ciências utilizados nas duas escolas municipais da cidade de São Paulo foram fontes secundárias investigadas. Também foram realizadas entrevistas em profundidade com membros da comunidade escolar. A partir da discussão e práticas em torno dos resíduos sólidos urbanos, a investigação revelou que apenas alguns traços da abordagem crítica da educação ambiental foram apresentados nos espaços escolares investigados. Os resultados apontaram que nas práticas da educação ambiental e resíduos sólidos nas duas escolas municipais analisadas predominam abordagens pragmáticas. É enfatizado o caráter antropocêntrico da relação sociedade e meio ambiente, sem uma reflexão crítica da origem dos problemas socioambientais e suas possíveis alternativas de resolução. Reduz-se a problemática da produção, consumo e descarte de resíduos a práticas de separação para coleta seletiva, mas não quanto à crítica sobre o que se produz e consome, porque, como e a que custos socioambientais.