Este trabalho propõe um diálogo teórico entre marxistas feministas, autoras interseccionais e intérpretes do Brasil para discutir o lugar complexo que as famílias da classe trabalhadora brasileiras têm na dinâmica capitalista. Primeiramente, defende uma abordagem dialética para a análise das relações de gênero, raça e classe. Em seguida, discute a posição que as famílias da classe trabalhadora ocupam na relação entre produção e reprodução. Por fim, volta-se às famílias brasileiras na sua concretude, discutindo a complexa trama que envolve a reprodução da força de trabalho e o trabalho produtivo assalariado, num contexto em que racismo e sexismo atravessam organizações familiares que não se resumem ao modelo patriarcal nuclear.