Indivíduos autistas encontram mais dificuldades em conseguir ou manter-se em empregos do que pessoas com outras deficiências. Apesar do quantitativo de estudos baseados em crianças, é importante refletir sobre o envelhecimento desses indivíduos e suas necessidades como adultos, a fim de integrá-los a uma vida independente. Dentro desse cenário, o objetivo desta pesquisa foi entender a percepção do autista sobre como suas competências profissionais específicas podem ser incentivadas para contribuir para as organizações. Através de uma abordagem qualitativa foram realizadas doze entrevistas com pessoas diagnosticadas autistas e, por meio da análise de conteúdo, foram identificadas características específicas relacionadas ao foco nas atividades que são realizadas, como: atenção aos detalhes, empenho, pouca distração e entusiasmo por aprender. Os entrevistados ressaltaram que seria benéfico para a organização um feedback ou uma avaliação de desempenho, a fim de compreender o perfil de cada profissional, pois a partir disso, será possível a estimulação do hiperfoco para fins benéficos às atividades laborais ou o direcionamento para outro setor dentro da organização, para que sejam aproveitadas suas características com mais efetividade. Também foi possível observar a importância da empresa conhecer as necessidades específicas e as características individuais dos funcionários, para evitar julgamento, preconceitos e sobrecargas, bem como a realização de adaptações no ambiente de trabalho.