A criação do Sistema Único de Saúde, o deslocamento do referencial de qualificação para competência, as mudanças no perfil epidemiológico e demográfico com seus desdobramentos nas necessiaddes de cuidado fomentam debates e discussões acerca da mudança curricular para o alcance da formação dos profissionais da área da saúde proposta nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Uma das possibilidades tem sido organizar a formação a partir de currículo integrado e metodologias ativas de ensino-aprendizagem. A parceria ensino-serviço tem se mostrado uma estratégia importante para a implementação dessa organização curricular. Dessa forma, torna-se importante compreender como ocorre a negociação/pactuação entre ensino e serviço e o que se conhece sobre a pactuação e contribuições na formação do enfermeiro e do médico. O presente estudo teve como objetvo analisar como ocorrem as pactuações e quais as contribuições na formação do enfermeiro e médico considerando a parceria ensino-serviço. Pesquisa qualitativa realizada com gestores da academia e serviço, preceptores e docentes. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturada com onze gestores, oito docentes e nove preceptores do serviço. Utilizou-se a análise de conteúdo, modalidade temática no processamento dos dados. Identificou-se que a compreensão sobre o processo de negociação/parceria era mais fortalecido no passado com o envolvimento dos gestores da academia e serviço e há um desconhecimento dos preceptores do serviço sobre assunto. O Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES) é uma estratégia de fortalecimento da parceria, porém, não tem auxiliado na organização da operacionalização. Como potencialidades a inserção precoce dos estudantes nos cenários de prática, corresponsabilização do preceptor com a formação dos estudantes, resolução das necessidades da comunidade e formação dos preceptores do serviço. Portanto, a parceria entre ensino-serviço é essencial na operacionalização da formação com organização curricular integrada e na abordagem dialógica de competência, requerendo dos parceiros disposição para construir novas práticas a partir das pactuações, sendo a educação permanente o espaço para o diálogo e reconstrução a partir da reflexão crítica sobre o trabalho cotidiano.