A Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil teve lugar entre o desmonte do Morro do Castelo e respectivo aterramento da Praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro, em 1922/23. Bastante estudada por diversas disciplinas, a comemoração oficial do centenário, prestes a completar 100 anos, já foi motivo de publicações na área dos estudos urbanísticos e arquitetônicos, com destaque para os textos de Ângela Martins (1998), Ruth Levy (2010), Raquel Coutinho da Silva (2012), e Margareth Pereira (2013). No entanto, tendo durado 10 meses, entre setembro de 1922 e julho de 1923, o recinto da exposição, com seu arruamento, tratamento paisagístico, mobiliário urbano, e pavilhões, não pode ser considerado uma obra acabada conforme levam a entender os mapas e fotografias divulgados pelos órgãos oficiais da comemoração. As obras levadas a cabo pelo Prefeito Carlos Sampaio (KESSEL, 2001) e o aumento considerável do número de automóveis e visitantes, as mudanças provocadas pela iluminação pública noturna, o costume do veraneio e eventos da cidade, como o Carnaval, transformavam continuamente o espaço da exposição, que nunca funcionou com todos os pavilhões em atividade. As constantes mudanças nas diretrizes e projetos fizeram com que a exposição fosse inaugurada com apenas cinco pavilhões abertos ao público e fechada quando cinco dos principais pavilhões já estavam vazios. O mesmo pode ser falado sobre o espaço livre do certame, o qual não é encontrado nenhuma representação documental.
O objetivo desta pesquisa é reconstituir e analisar o recinto da exposição, afim de preencher as lacunas encontradas. Esta análise se dará por meio de um mapa temporal, com intuito de recriar um documento do certame. acreditamos poder, desta forma, visualizar o cenário das comemorações em sua verdadeira dimensão urbana