O surfe é uma atividade amplamente praticada, que se constitui em deslizar na parede de uma onda sobre uma prancha. Entretanto, nota-se que a vivência com essa prática vai além de suas técnicas. O objetivo deste estudo foi compreender como é a experiência vivida de surfar por meio das percepções dos próprios praticantes. A metodologia de inspiração fenomenológica foi utilizada como meio de acesso a essas vivências, com o auxílio de entrevistas abertas, norteadas por pergunta disparadora. Foram entrevistados 8 participantes, todos amadores, que relataram experiências vividas apresentadas em 3 movimentos: antes de entrar no mar, vivenciando o mar com uma prancha e saída do mar. Nestes, evidenciou-se a necessidade de preparação para a prática, percepções mistas de medo, coragem, prazer e contemplação durante a experiência e a demonstração do quanto essa vivência extrapola os limites da praia para suas vidas pessoais. A partir dos resultados do presente estudo, entende-se que essa prática se apresenta de modo peculiar, e exige do profissional que se proponha a trabalhar com o surfe uma reflexão sobre os aspectos que o envolvem. Defende-se aqui uma psicologia do esporte que seja sensível às experiências vividas de seus praticantes para, posteriormente, ocupar-se de regras e técnicas.