Using closed mines as natUral laboratories to teach geosciences: the examPle of diamantina (MG). The irresponsible closing of mining operations is a current topic of environmental and social concern, which has led to increased discussion of the "future uses of mined areas". In this paper, we present the great educational potential of some closed mines, proposing their use as natural laboratories to teach Geosciences. We use the example of Diamantina (MG), where long disabled old diamond mines are abundant. Inside the mines, it is quite common for dynamic sedimentary systems to develop, where several processes take place simultaneously. In these systems, it is possible to observe sedimentary processes and products in different environments and contexts, which provides an ideal situation for basic and advanced teaching of topics related to sedimentology, stratigraphy and geomorphology. The features that may be observed allow a thorough scalar analysis, as well as a discussion of differences and similarities with real-size sedimentary environments. In addition, the simultaneous occurrence of processes, products and ancient sedimentary structures provides an excellent opportunity to discuss the principle of Actualism.
IntroduçãoQualquer processo de mineração, seja ele artesanal ou mecanizado, acarreta em alterações no meio físico que, dependendo de seu grau de importância, podem constituir impactos ambientais negativos. Este fato, inerente à atividade mineradora, é hoje levado em consideração pela legislação, que exige diversos níveis de licenciamento ambiental e também um detalhado planejamento do fechamento da lavra, de modo a garantir míni-mo impacto ambiental e posterior recuperação da área lavrada. Este cenário, entretanto, é recente, remontando apenas às últimas décadas.No Brasil, ao longo de séculos, diversas localidades surgiram e se desenvolveram em íntima ligação com a mineração. Em vários destes locais ainda são visíveis as cicatrizes de dezenas ou centenas de anos de explotação predatória e impensada, que hoje representam um passivo ambiental de proporções imensas. É o caso, por exemplo, das jazidas diamantíferas do sudeste brasileiro, descobertas entre os séculos XVIII e XIX e, desde então, continuamente lavradas por meio de garimpos artesanais e dragas mecanizadas. Na Chapada Diamantina (BA), Matta (2006) e Santos et al. (2010) diagnosticaram diversos impactos ambientais negativos relacionados à atividade garimpeira. Merecem destaque o assoreamento da rede hidrográfica, drenagem de aqüíferos e nascentes, perda de vegetação, processos erosivos acelerados e um grande impacto visual. Na região de Diamantina (MG) os mesmos processos são observados, associados às abundantes lavras de diamante abandonadas que ocorrem em seu entorno.Em virtude deste panorama, tem sido conside-