INTRODUÇÃOAs aferições da composição corpórea (CC) são de grande importância para o diagnóstico e controle de várias enfermidades. A absorciometria por raios X de dupla energia (DXA), técnica mais utilizada para avaliação da densidade mineral óssea (DMO), tem sido aplicada com sucesso na mensuração da composição corpórea, visto que separa o osso da massa gorda e massa magra 1 . Assim como o envelhecimento, as doenças agudas e crônicas promovem diminuição da massa magra. Este processo sofre influência da alteração na produção hormonal, de citocinas e da atividade física 2 . A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, marcada por extenso comprometimento da membrana sinovial. Quando inflamada, a sinovial libera citocinas que causam prejuízo cartilaginoso, justa-articular e ósseo. Novas evidências sugerem CONCLUSÃO. A redução da DMO observada em 67,8% das pacientes sugere a melhoria de medidas para a prevenção e tratamento de osteoporose a partir do diagnóstico desta doença. A idade e raça branca foram fatores negativos nas medidas de DMO, enquanto que o IMC foi um fator positivo em todas as variáveis de DMO e CC. A doença (AR) também influenciou negativamente a DMO nestas pacientes, e a utilização de GC modificou a CC, reduzindo a massa muscular e aumentando o percentual de gordura nestas pacientes. Embora não tenhamos evidenciado uma ação deletéria direta do GC na DMO, o seu uso deve ser criterioso. A preservação da massa muscular e o incentivo de seu desenvolvimento são importantes no equilíbrio das pacientes, com conseqüente diminuição de quedas e futuras fraturas.UNITERMOS: Composição corpórea. Densidade mineral óssea. Artrite reumatóide. Osteoporose.que na AR a destruição óssea local e a sistêmica são mediadas por uma via comum: a ativação de osteoclastos 3 . A maioria dos estudos que avalia a DMO na AR indica que ocorre também uma perda generalizada, sendo mais evidente em quadril e rádio do que na coluna. A sua patogênese é multifatorial e medicações habitualmente utilizadas na AR também estão envolvidas no mecanismo de perda óssea nestes pacientes 1 . A perda óssea na AR é marcadamente pronunciada nos pacientes tratados com glicocorticóides (GC), sendo que a osteoporose induzida pelo uso de GC é a principal causa secundária desta enfermidade em homens e mulheres. O efeito do GC na massa óssea já ocorre nos primeiros meses de tratamento. O aumento do risco de fratura associado ao uso deste fármaco é bem definido. Estima-se que mais de 50% dos pacientes cronicamente tratados com GC irão sofrer fraturas ao longo da vida, e a incidência de fraturas é de aproximadamente 30% após cinco anos de tratamento 2,3 .