Os campos semânticos dos estudos dos bebês na educação infantil

Abstract

A produção acadêmica sobre os bebês em creches nas pesquisas científicas remete a uma diversidade de campos semânticos com diferentes epistemologias, questões teóricas e metodológicas que organizam e fragmentam o conhecimento. O trabalho pedagógico em creches ainda carece de diálogo com essa produção acadêmica. O presente estudo discute a produção bibliográfica em artigos de periódicos que abordem questões sobre os bebês nas creches. Foram realizadas buscas utilizando a combinação dos descritores bebê ou bebês e creche, berçário ou educação infantil, em duas bases de dados: SCIELO e PePSIC, que identificaram 51 artigos entre 2007 e 2018. A produção se concentrou nos últimos cinco anos. As questões do desenvolvimento infantil são as mais abordadas nos estudos, seguidas da temática da interação. Quase todos os artigos relatam pesquisa de campo ou apresentam resultados de pesquisas de intervenção. Como conclusão, ressalta-se a necessidade de partir do bebê e da creche enquanto categorias próprias na discussão dos resultados dos estudos analisados e suas implicações para as políticas e práticas na Educação Infantil.

O desenvolvimento da exploração locomotora e o processo de transição do bebê à creche: (pro)posições, negociações e percursos

“…Porém, como neste trabalho anterior houve maior foco à caracterização das interações em si, torna-se necessário atentar-se mais às questões constitutivas do contexto particular da Educação Infantil (Simões, 2020). No caso, como particularidades do meio físico e sociocultural da creche (Z.…”

“…Neste sentido, há uma lacuna importante de uma retratação ecológica dos ambientes que efetivamente integram o cotidiano dos bebês (Franchak, 2020), sendo os processos psicomotores indicados como centrais também em contextos institucionais (Falk, 2021 3 ). Portanto, a hipótese desta tese é que na Psicologia o conceito de exploração locomotora herda premissas de um bebê mais neutro cuja constituição é mais atrelada ao contexto doméstico e ao adulto (a mãe ou o profissional), e que olhar o bebê ativo e inserido em contextos coletivos, particularmente no cotidiano institucional da creche, permite evidenciar sua competência e potência de participação na vida social mais ampla (Anjos, Amorim, Franchi e Vasconcelos & Rossetti-Ferreira, 2004;Coutinho, 2010;Delgado, 2013;Falk, 2021;Gasparetto, Bussab & Vitória, 1994;Silva & Neves, 2020;Simões, 2020). Portanto, o conceito de exploração locomotora poderá ser ampliado ao ser apreendido enquanto processo entrelaçado a eventos e experiências relacionalmente constituídas a partir da transição institucional a contextos de Educação Infantil.…”