Os Currículos Mínimos de Desenho Industrial de 1969 e 1987: Origens, Constituição, História e Diálogo no Campo do Design

Abstract

This research seeks to contribute to the Brazilian design history by retrieving the making process of the Industrial Design Curriculum published in 1969 and 1987; attempting to understand more specifically the role that the academic circles and members of industrial design field at that period had on requesting, discussing, writing, editing and publishing not both curricula. The study is methodologically supported by the premises of social history and largely based on primary documentary sources and the memoirs of those involved-using Oral History as data collecting method, and the theoretical approach of Micro-History, placing its object of study within the History of Ideas. This study has found generally that the professional field had not interfered in the making of the 1969 Minimum Curriculum, which was drawn up by the state bureaucracy-the Government of the State of Guanabara (current Rio de Janeiro) and the National Council of Education-to grant the official approval to Esdi's Industrial Drawing course; whereas for the 1987 Curriculum schools and professional associations widely discussed and participated in the process, trusting in the curriculum as well as professional regulation as valuable tools to ensure market exclusivity.

A abordagem da Micro-História e a pesquisa em História do Design no Brasil

“…Porém, Braga considera que nesta produção ainda se utiliza pouco dos métodos e abordagens específicas do campo da História. No presente artigo pretendemos nos focar em um dos aportes teóricos desse campo, a abordagem da Micro-História, que tem sido utilizada para guiar e estruturar uma parcela das pesquisas em histórias do Design no Brasil, que pode ser constatada em artigos de congressos e periódicos, teses e alguns livros, como por exemplo Braga e Ferreira (2017), Ferreira (2018, Safar (2019) e Pinheiro e Braga (2023). Nosso objetivo é, por meio da caracterização dos principais procedimentos da Micro-História,apontar as contribuições que essa abordagem pode trazer para aconsolidação da pesquisa da História do Design no Brasil.…”

A hegemonia branca e o conhecimento excludente no Design: uma análise sobre referências profissionais e bibliográficas

“…Assim, a formação de novos profissionais levou a diferentes experiências de ensino ao longo do século XIX e XX na Europa. Entre as escolas que tiveram grande influência no ensino e prática do design no Brasil, podemos citar as escolas alemãs Bauhaus (1919Bauhaus ( -1932 e a Hochschule für Gestaltung (Escola Superior da Forma) em Ulm (1953)(1954)(1955)(1956)(1957)(1958)(1959)(1960)(1961)(1962)(1963)(1964)(1965)(1966)(1967)(1968) que serviram de modelo para os primeiros currículos de design no país influenciaram a formação dos currículos mínimos para Desenho Industrial, conforme apontam Rita Couto (2008) e Eduardo Ferreira (2018).…”

O curso Técnico de Desenho Industrial do CEFET-PR: Contexto de criação, desafios e objetivos

“…Devemos lembrar que em 1987 o MEC finalmente aprova e implementa um novo Currículo Mínimo para cursos superiores de Desenho Industrial, que consolidou as duas habilitações de Projeto de Produto e Programação Visual. Esse currículo era baseado em proposta encaminhada pela categoria de desenhistas industriais ao MEC em 1979(FERREIRA, 2018. Apesar de defasado para a realidade do campo do Design em fins dos anos 1980, esse Currículo Mínimo possuía um conjunto de matérias mais afinadas com a identidade do designer brasileiro dos anos 1980 do que o anterior de 1969 que ficou em vigor até esse momento.…”

“…Nele estão, entre outras, as matérias de Ergonomia, Materiais Industriais, História da Arte e da Tecnologia (que incluía História do Desenho Industrial), Produção e Análise da Imagem e as de Desenvolvimento de Projeto para cada habilitação (FERREIRA, 2018, p. 168). O advento deste Currículo Mínimo provocou debates no meio acadêmico, devido a necessidade de adaptação dos cursos em todo o país, e em 1987 já ocorre um evento de escolas especificamente para avaliar o novo Currículo Mínimo (FERREIRA, 2018).…”