Os impactos no pré-natal e na saúde mental de gestantes durante a pandemia de COVID-19: uma revisão narrativa

Abstract

Objetivo: Apresentar as implicações que a pandemia da COVID-19 trouxe para a adesão à assistência pré-natal e para a saúde mental de gestantes e puérperas. Revisão bibliográfica: A necessidade da adoção de medidas para evitar a disseminação do vírus, o receio da contaminação e suscetibilidade para desfecho em parto prematuro, ruptura prévia de membranas, restrição do crescimento intrauterino e natimortalidade, resultou em uma queda significativa na adesão à assistência pré-natal. Essa conjuntura ocorre devido ao cancelamento de consultas, a dificuldade de acesso a telemedicina e a necessidade da prorrogação em até 14 dias em casos de confirmação ou suspeita de infecção, o que pode comprometer a segurança e o bem-estar materno-fetal. Associado a isso, observa-se a intensificação de sentimentos como medo e solidão, com recrudescimento de sintomas depressivos e ansiosos. Considerações finais: Diante disso, é de vital importância enfatizar a importância da assistência pré-natal, da flexibilização do acesso a essas consultas e do estabelecimento de um acompanhamento médico e familiar humanizado, a fim de garantir um suporte emocional ainda mais necessário no contexto hodierno.

Conhecimento e percepção de gestantes sobre a COVID-19: impacto nas práticas de cuidado no pré-natal

“…Além do impacto econômico, o isolamento social implicou em menor suporte emocional às gestantes, frente a ausência da presença física de amigos e familiares (Almeida, et al, 2020), e maior sentimento de solidão, uma vez que retirou a mulher de sua rede de apoio (Silva et al, 2021). Estudos nacionais indicam que a pandemia da COVID-19 implicou negativamente na saúde mental de gestantes, considerando que o estresse e os conflitos emocionais, naturais do período gestacional, foram agravados pelas incertezas e o medo em relação à infecção pela doença (Silva et al, 2021;Bottemanne et al, 2022).…”

“…Além do impacto econômico, o isolamento social implicou em menor suporte emocional às gestantes, frente a ausência da presença física de amigos e familiares (Almeida, et al, 2020), e maior sentimento de solidão, uma vez que retirou a mulher de sua rede de apoio (Silva et al, 2021). Estudos nacionais indicam que a pandemia da COVID-19 implicou negativamente na saúde mental de gestantes, considerando que o estresse e os conflitos emocionais, naturais do período gestacional, foram agravados pelas incertezas e o medo em relação à infecção pela doença (Silva et al, 2021;Bottemanne et al, 2022). Ressalta-se que a transmissão vertical parece ocorrer em uma minoria dos casos, durante infecção materna no terceiro trimestre de gestação (Kotlyar et al, 20220), que a pandemia não impactou no tempo de internação hospitalar ou mortalidade de recém-nascidos de mães positivas para COVID19 (Voudsen et al, 2021), e que, até o momento, não há registro do aumento da incidência de anomalias congênitas devido a doença (RCOG, 2022).…”

Análise do perfil epidemiológico dos casos de COVID-19 em Salvador-BA, entre 2020-2022

“…Uma vez que essa maior parcela populacional engloba as gestantes, medidas específicas devem ser tomadas pelos programas de controle da saúde, em virtude das consequências nefastas que o acometimento pelo SARS-CoV-2 pode ocasionar a essas mulheres. Dados de 2021 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) retrataram uma interrupção significativa dos métodos de acompanhamento e tratamento pré-natais e puerperais, em virtude do agravamento da pandemia, gerando risco para um aumento em massa do número de mortes maternas e fetais (da Silva et al, 2021;de Oliveira et al, 2021). O mesmo documento ainda apontava uma redução inédita da taxa de mortalidade materna em países da América Latina e Caribe, entre os anos anteriores de 2000 a 2017, com uma diminuição de 96 para 74 mortes maternas por 100.000 nascidos-vivos (redução de cerca de 23.1%) (da Silva et al, 2021;de Oliveira et al, 2021).…”

From Prenatal to Postpartum Care: Changes in Obstetric Health Services During the Covid-19 Pandemic

“…Consultations were no longer carried out at the UBS and there was a redirection to reference maternity hospitals. Thus, women began to be treated in units other than those they were used to, where they had access and where they were welcomed, resulting in a potential problem for patients in relation to the distance and the strangeness of being in an unknown unit, starting or continuing the pre -natal with an unknown team, and the resulting overload for maternity professionals 13 .…”