Os Paradoxos Tecnológicos no Consumo de Smartphones por Idosos

Abstract

Paradoxos tecnológicos são qualidades contraditórias presentes em uma mesma tecnologia, capazes de afetar a experiência de consumo. Devido os estudos sobre o tema se concentrarem na investigação de adultos jovens, pouco se sabe sobre as dualidades associadas ao consumo de tecnologias por idosos. Assim, esse artigo busca identificar os paradoxos tecnológicos associados ao consumo de smartphones por idosos. Foram conduzidos grupo de foco e entrevistas em profundidade com 20 consumidores cariocas de 65 a 85 anos, que usavam smartphone. Os dados apontam que esses consumidores experimentam 5 paradoxos tecnológicos, capazes de gerar mais experiências de consumo mais negativas do que positivas. O uso majoritário de estratégias de resistência sugere a dificuldade desses idosos em lidar com tais paradoxos, o que faz com que optem, primordialmente, por se afastar da tecnologia.

The pandemic changes daily life and ways of living: technosociality and user/families experiences

“…Although internet and technology use has become more intense with the pandemic, one of the changes perceived in daily life, especially among older adults, was the need to adapt to this use, becoming a means of replacing activities that were previously carried out in person, technologies that were not so present in older adults’ daily lives. Although, although technologies are increasingly widespread, their use still occurs mostly by young people, as older adults’ involvement is still restricted ( 20 ) . The recommended measure of social distancing has made technologies indispensable in people’s and families’ daily lives, imposing adaptations and changes in everyday life.…”

A pandemia muda o quotidiano e modos de viver: tecnossocialidade e experiências de usuários/famílias

“…Embora o uso de internet e de tecnologias tenha se tornado mais intenso com a pandemia, uma das mudanças percebidas no quotidiano, especialmente do público idoso, foi a necessidade de adaptação a este uso, tornando-se um meio de substituição de atividades que antes eram realizadas presencialmente, tecnologias que antes não estavam tão presentes no quotidiano de idosos. Conquanto, apesar de as tecnologias serem cada vez mais difundidas, seu uso ainda ocorre, em sua maioria, por jovens, pois o envolvimento da população idosa ainda é restrito (20) . A medida preconizada de distanciamento social fez com que as tecnologias se tornassem indispensáveis no quotidiano de pessoas e famílias, impondo adaptações e mudanças no quotidiano.…”

Autonomia x Vício: Um Estudo com Jovens Profissionais Usuários de Smartphones à Luz da Teoria do Enfrentamento

“…Os paradoxos foram estudados ainda no contexto do consumidor de serviços bancários on-line, onde se evidenciou os paradoxos controle/caos, satisfação de necessidades/criação de necessidades e liberdade/escravização (JOHNSON; BARDHI; DUNN, 2008). Angelkorte et al (2021) estudaram os paradoxos tecnológicos entre uma amostra de idosos brasileiros. O estudo identificou 5 paradoxos, dentre eles autonomia x vício, todos capazes de gerar mais experiências de consumo negativas do que positivas.…”