Os signos e símbolos do patrimônio nas ações do marketing, uma relação possível? Reflexões a partir das campanhas da Feira Nacional do Doce (Fenadoce) de Pelotas/RS, Brasil

Abstract


 
 
 
 Este estudo surgiu da necessidade de compreender se o marketing, pautado pela estra-tégia mercadológica, considera os signos e signos patrimoniais para a construção da marca e imagem no turismo. Na busca por responder este questionamento, a metodolo-gia utilizada foi a investigação exploratória de caráter qualitativa, desenvolvido por meio de análise de conteúdo (Bardin, 2011). Foram identificadas as categorias identi-dade, patrimônio e marketing e suas subcategorias a partir da literatura levantada no referencial teórico. Feito isso, foram analisadas as campanhas utilizadas pela Feira Nacional do Doce - Fenadoce, para reconhecer como a identidade e o patrimônio ima-terial da cultura doceira de Pelotas (RS), Brasil, estão sendo inseridos pelos gestores de marketing. Todas as categorias e subcategorias foram encontradas no conteúdo das mensagens, estando mais ou menos explícitas nas cinco campanhas analisadas. Con-clui-se que a relação entre patrimônio e marketing somente será possível se a primeira categoria estiver inserida na segunda. Além de contribuições gerenciais, as categorias e subcategorias encontradas contribuem para pesquisas futuras similares.
 
 
 

Trabalho institucional identitário no campo organizacional do Turismo

“…No entanto, é preciso planejamento e gestão para que a identidade/marca do destino não esteja desvinculada ou desalojada do lugar e de suas tradições específicas. Imagens e estilos oriundos de lugares distintos podem influenciar a maneira como os turistas veem o destino e, por outro lado, residentes podem tentar se enquadrar em padrões que não condizem com suas tradições (Berselli, Tricárico & Rossini, 2019).…”

Patrimonio cultural inmaterial y turismo. Análisis de la producción científica publicada en revistas Iberoamericanas de turismo

“…Evaluación del potencial turístico de aldeas rurales en la provincia de Entre Ríos, Argentina" (Tosselli, 2019), "Os signos e símbolos do patrimônio nas ações do marketing, uma relação possível? Reflexões a partir das campanhas da Feira Nacional do Doce (Fenadoce) de Pelotas/RS, Brasil" (Berselli et al, 2019) y "El potencial del enoturismo o ruta/rutas del vino en La Rioja" (Cabello, 2019); artículos publicados en las revistas PASOS -Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, RBTUR Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo y El Periplo Sustentable, respectivamente.…”

FENADOCE: Uma experiência gastronômica ou um símbolo de pertencimento para os residentes?

“…A Feira Nacional do Doce -FENADOCE -é realizada no município de Pelotas (RS), Brasil, desde 1986, com o objetivo de divulgar a cultura doceira e desenvolver o turismo no município, o qual possui reconhecida tradição doceira (De Figueiredo & Cavedon, 2012;Magalhães, 1993;Ferreira, Cerqueira & Rieth, 2008). Tradição advinda do período áureo dos charqueadores portugueses que tinham o hábito de servirem doces finos nos encontros da alta sociedade pelotense e, também, dos doces coloniais de frutas dos imigrantes do período do declínio das charqueadas (Berselli, Tricárico & Rossini, 2019). O festival ocorre anualmente durante 19 dias, e recebe aproximadamente 300 mil pessoas em cada edição.…”

“…O festival ocorre anualmente durante 19 dias, e recebe aproximadamente 300 mil pessoas em cada edição. Em 2007 os gestores do evento criaram uma mascote inspirada nos projetos da Cow Parade (Nova Iorque) e nos Leões de Munique (Alemanha), para representar a cultura doceira do município (Berselli et al, 2019). Formigas estilizadas de 1,90m de altura, como aquelas retratadas na Figura 1, foram espalhadas pelos principais prédios históricos e pontos turísticos de Pelotas para fortalecer os laços da comunidade com o evento, e a partir dali a formiga passou a ser apresentada como mascote oficial do evento.…”