Parasitoses intestinais se associam a menores índices de peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconômico

Abstract

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de parasitoses intestinais, correlacionando-as com os fatores socioeconômicos e ambientais, peso, estatura e hemoglobina, em crianças de dois estratos socioeconômicos, no município de Osasco (SP). MÉTODOS: Estudo transversal, comparando 84 crianças de seis a dez anos, residentes em área sem saneamento básico e moradia precária, com 35 crianças de escola particular no mesmo município, que possuíam boas condições socioeconômicas e de moradia. Excluíram-se aquelas com diarreia há menos de 30 dias ou doença grave. Utilizou-se questionário padronizado para avaliar as condições socioambientais. A avaliação nutricional foi realizada mediante escores Z de peso para idade, estatura para idade e índice de massa corpórea. A determinação da hemoglobina em amostra de sangue capilar foi realizada pelo método Hemocue® e a pesquisa de parasitas intestinais, pelos métodos de Hoffman, Ritchie, Kinyoun e swab anal. RESULTADOS: Parasitose intestinal ocorreu em 60,7% das crianças da favela e em 5,9% das crianças da escola particular (p<0,001; OR 24,7). A média dos escores Z de peso para idade, estatura para idade e índice de massa corpórea foi menor nas crianças parasitadas (-0,78±0,84; +0,50±0,90; -0,76±0,96) em relação àquelas não parasitadas (-0,18±1,18; +0,03±1,10; -0,28±1,16), sendo as diferenças estatisticamente significantes (p<0,05). Não houve diferença nos valores médios de hemoglobina entre as crianças parasitadas e não parasitadas do grupo da favela (12,6±1,1g/dL e 12,8±1,2g/dL); p=0,58. CONCLUSÕES: A parasitose intestinal foi mais prevalente em crianças da favela e se associou a menores índices de peso e de estatura.

Prevalência de parasitoses intestinais e condições de saneamento básico das moradias em escolares da zona urbana de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul

“…As condições de vida precárias a que muitas crianças estão sujeitas, a falta de hábitos corretos de higiene pessoal, o frequente contato com locais possivelmente contaminados, como solo, água e areia [8], além de um sistema imunológico imaturo [6,9], favorecem o desenvolvimento de parasitoses.…”

Diarrhea incidence and intestinal infections among rotavirus vaccinated infants from a poor area in Brazil: a spatial analysis

“…The homogeneity and frequency of these inadequate characteristics in the study area contributed to the significant occurrence of intestinal parasites, even in early childhood. Other studies have observed that such conditions are determinant to increase parasitic intestinal infections in different places [7,3,28]. …”

“…Households within large clusters have higher prevalence of intestinal parasitic infections than smaller clusters due to larger possibility of contamination when with sewage deficit, contaminated soil, poor water quality, malnutrition, limited host resistance, poorer socio-economic status and poor hygiene conditions [7,3]. …”

Children's Environment in Brazil: From Domestic (Indoor) to Regional Threats

“…The studies suggest that geo-helminths represent a major public health problem and are an important indicator of the sanitary conditions in which a certain population lives. The association between the prevalence of intestinal parasitic diseases with socioeconomic and environmental factors was reported in the most of researches like: children from slums [71] or residing in townships with a low HDI in the N and NE regions, especially in rural areas [74]; households with no proper waste management and no solid residue collection [78]; the unhealthy condition to which this population is subjected [72,87], with a direct relationship with low maternal schooling [81,95] and low income family [80,[85][86][87][88][89][90][91]95]. The higher prevalence of Ascaris lumbricoides, Giardia duodenalis, Trichuris trichiura and hookworm infections in children living in contaminated environments [75,90,92,93] with inadequate daily caloric intake [94] may result in hospitalizations due to diarrheal disease [79], compromising their future anthropometric status [76,94].…”