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IntroduçãoParte da reflexão deste artigo refere-se a como, no Candomblé, a eficácia de objetos e elementos naturais é mobilizada durante gestos rituais que ganham, assim, um papel importante na comunicação de evocações simbólicas, podendo constituir as condições pragmáticas mínimas para a transmissão de símbolos inerentes ao culto. Como afirma Severi, as memórias sociais podem ser representadas através da narração de uma série de histórias; todavia, é no âmbito dos rituais que certas imagens são construídas de modo complexo, e elas, em vez de representar, fazem "presentes" realidades de uma forma irrefutável e dificilmente comunicáveis fora desses mesmos contextos rituais (Severi 2000:148). No caso do Candomblé da Bahia 1 , objeto desta pesquisa, certos gestos e atos rituais, rotuláveis como "mágico-religiosos" pela eficá-cia implícita, são, de fato, capazes de comunicar "presenças" e transmitir memórias sociais. Para os adeptos do Candomblé, os gestos e os atos eficazes (interditos ou prescritos) associados a relações de culto são inúmeros; portanto, eventos insólitos (ou percebidos como tais) podem ser considerados reveladores de agências invisíveis mobilizadas por gestos humanos 2 . Este trabalho propõe-se ensaiar caminhos de análise de atos e gestos que, não atendendo às metas utilitárias, implicam conteúdos semânticos não totalmente compreensíveis, pois aludem a representações contraintuitivas 3 sobre objetos e elementos,
IntroduçãoParte da reflexão deste artigo refere-se a como, no Candomblé, a eficácia de objetos e elementos naturais é mobilizada durante gestos rituais que ganham, assim, um papel importante na comunicação de evocações simbólicas, podendo constituir as condições pragmáticas mínimas para a transmissão de símbolos inerentes ao culto. Como afirma Severi, as memórias sociais podem ser representadas através da narração de uma série de histórias; todavia, é no âmbito dos rituais que certas imagens são construídas de modo complexo, e elas, em vez de representar, fazem "presentes" realidades de uma forma irrefutável e dificilmente comunicáveis fora desses mesmos contextos rituais (Severi 2000:148). No caso do Candomblé da Bahia 1 , objeto desta pesquisa, certos gestos e atos rituais, rotuláveis como "mágico-religiosos" pela eficá-cia implícita, são, de fato, capazes de comunicar "presenças" e transmitir memórias sociais. Para os adeptos do Candomblé, os gestos e os atos eficazes (interditos ou prescritos) associados a relações de culto são inúmeros; portanto, eventos insólitos (ou percebidos como tais) podem ser considerados reveladores de agências invisíveis mobilizadas por gestos humanos 2 . Este trabalho propõe-se ensaiar caminhos de análise de atos e gestos que, não atendendo às metas utilitárias, implicam conteúdos semânticos não totalmente compreensíveis, pois aludem a representações contraintuitivas 3 sobre objetos e elementos,
Nel contesto del candomblé di Bahia gli interdetti rituali, chiamati quizilas, svolgono un ruolo importante nella relazione di ordine simbolico che si costruisce tra l’iniziato al culto e le entità spirituali (orixás). La ricerca sul campo ha portato all’ipotesi che, oltre ai divieti associati ai pericoli di contaminazione e a quelli di natura collettiva, esistono interdizioni personali basate sulla sensibilità dell’adepto. Infatti, molti degli elementi associati ai fatti negativi vissuti dagli orixás nel tempo del mito producono, nell’attualità, delle reazioni negative negli iniziati, i quali possono avvertire disgusto, repulsione, intolleranza, soprattutto verso cibi. La relazione tra l’iniziato e l’orixá comporta, di fatto, una sorta de sovrapposizione di identità che si riflette nella sensibilità corporea dell’iniziato. Lo studio delle quizilas ha, pertanto, indicato l’importanza di una pratica etnografica incentrata sulla nozione di ‘corpo che sente’.
Pour la devineresse, la divination est un « travail » (faliwi) nécessaire pour contenter les génies — et ainsi maintenir un équilibre dans sa vie personnelle —, mais aussi un moyen d’aider autrui. Elle ne peut être réduite à une technique de communication spécifique impliquant des entités invisibles. Ce qui se produit au cours des séances est plus complexe. Devineresse, consultant et génies contribuent ensemble à l’élaboration de ce propos intelligible et efficace qu’est le diagnostic divinatoire. Leur participation active et leur adhésion ne sont jamais acquises : les génies jouent-ils toujours leur rôle ? Le consultant parvient-il à s’impliquer correctement ? La devineresse réussit-elle à dépasser ses doutes ? La description d’une séance de divination va permettre la mise en avant des paroles, des gestes et du cadre matériel sur lesquels repose cette pragmatique divinatoire particulière.
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